domingo, 13 de junho de 2010

Enche-saco

Enche-saco


Leandro Custódio

Á Daiane


Derrubando do pedestal
No topo da torre social
Escalando até a cruz
Trazendo de volta Jesus.

Recortando a barba branca do mal,
Selecionando o açúcar doce do sal,
Vendo o todo escuro da luz,
Tampando as feridas com pus.

Enfim é o fim do paradoxo das demagogias.
Uma forma bela de dizer mentiras
Ah, que felicidade... que ironia.

Porém, quem diria,
Minha amiga,
Que meu olho veria:

O rico e o camelo passado juntos
Pelo buraco da agulha
E o pobre na rua:
Trabalhando,derrubando,escalando,
Recortando,selecionando, vendo e chorando.

Trabalhando a crítica social
Chorando as dores do mal
Pintando as flores de cor
Contornando os olhos de dor

Fitando o fim da fila
Ficando no fundo da fossa
Fincando na ferida flores
Furando a fôrma da forma.

Povo não papa poesia
Papa papa povo
Povo não papa o Papa
Poesia papa o Papa

Estrangulando os versos da alma
Na sonoridade da minha rima
Estou um pouco cansado da vida
Acordando cedo pra estudar
Sabendo que a tarde vou trabalhar
E a noite relaxar e descansar.

Mesmice do dia-dia
- Chora Sorte
Minha boneca de cera derretida.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Enfim, não deu !

Enfim, não deu!

Leandro Custódio (Lua Crescente no dia 25 de Maio)

Sou mais um calho no chão gelado
Friooouuuu... E molhado.
Coberto pelo vento.
Coberto pelo clarão dos Astros.

Quem pode entender um calho?
Parado, trêmulo e estático.

A brasa do frio
As mãos nas costas
O rosto no rosto.

Proponho a Lua um cobertor de orelha.
Um manto de carinho e paisagem.
Observo a moveu e enclausurada
Deitada no verde do campo.

Fito a linearidade dos seus movimentos
Suas singelas montanhas
Seus dentes tímidos de sorriso.
Seu perfil em foto 3x4

Ri pra mim, sorri pro céu,
Gargalhadas cortam o ar em vibrações.
E tu se mantém por mim indiferente.

Proponho a Lua um momento a dois
Fora da vidraça social,
Rompendo intimidades,
Negando a moral.

Mas há aurora da sua vida,
Seu movimento de despedida que tanto me abrasa.
Convertendo-me em vergonha triste, tão triste
Pois, depois daquele dia nunca mais a viste.

A luz da lua vai se apagando...
Eu e você caminhando,
Fazendo planos... (que não vão se concretizar)
Pensando sozinhos.
Juntos apenas e só apenas pelo não a solidão.

A fome foi hoje minha inimiga
Venceu você, levou-a pra casa, dormiu sozinha.
Pois a Lua desceu do céu
E o Sol dos dias foi me destruindo
Aquelas imagens lindas.

Quando eu Viver meu amigo seja esta minha queixa,
Meu mais triste momento de tristeza
Que meus olhos já não sentem mais.

Arrependimento não existe na verdade,
Pois meu pulso enquanto bate
a minha memória lateja questionamentos:
Falar menos?
Dizer menos?
O que deu errado?

Foi assim a história de um calho
Quem não pode sentir aquelas lábios
E que conta pra vocês melancolias
Da minha vida, que reflete a vida.

...

Enfim, ela não deu... Um beijo doce
No homem que um dia quer ser seu.