sábado, 26 de dezembro de 2009

Meu Livro de Poesia

MUDANÇA DE PLANOS
POR FIM ESPERAMOS.
SEGURE O SEU "TOCRADO"
POIS O LIVRO CHEGA EM MARÇO.


lEANDRO CUSTÓDIO 10/01/10

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

POEMA: Em pleno aniversário de um amigo, Paradoxalmente contrário, Venho lhe desejar algo que não sei!

Em pleno aniversário de um amigo,
Paradoxalmente contrário,
Venho lhe desejar algo que não sei!


Leandro Custódio 26/10/2009
Ao amigo "Careca" em seu aniversário.


Parabéns?

Em qual ano, nessa data,
Que não tenha sido trágica?

Felicidade amigo?
Desculpe!
Mas não é isso,
Que lhe venho desejar.

Meu caro, nada há de bom nessa vida.
O gosto das coisas, o cheiro das coisas.
O pensamento nas coisas.
Tudo infinito e impalpável.

Mas nada que conheça,
Vem lhe trazer a crença
No prazer de sua existência.

O vazio em minha alma,
Carregada de desgraça.
É impossível, amigo,
Desejar lhe um dia
O amor, a paz e a alegria
Fora da tragédia
Que por mim passa,
Todos os dias.

Bravo companheiro!
Avante!
Que as solidões enormes,
Não atravessa sua coragem.
Que seu coração brasileiro,
Num mundo apenas de estrangeiros,
Não amargure o pessimismo de um
Frustrado companheiro!

Bem ou mal acompanhado.
Vi-va sempre so-zi-nho...
Amigo!

sábado, 24 de outubro de 2009

DE - VER - CIDADE

DE - VER - CIDADE

Por Eric Meireles e Leandro Custódio

Há no meio da cidade
Contrastes de igualdade
Diferenaça em comum

A camisa branca da menina negra
Tem respingos de arco-íris.

Nela há um grito de sinceridade...
- Amigos: Um por todos e todos por um!

Igualdade na diferença
Diferença na igualdade
De - ver - cidade.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Indiferente de Ser

Indiferente de Ser

Leandro Custódio

Para Anne.


Era uma vez, uma menina,
Que eu nunca a conhecia
É simples, alegre, tímida,
Sorridente, linda!

Mas já passou este - era uma vez.
Quero agora a conhecer
Uma, duas, três...
Quero sempre te ver.

Meu jeito estranho e recluso de ser
É besta, idiota, mas o que posso fazer?
Sou assim, gosto de te ver.

Não tenho jeito pra falar.
Mas na frase abaixo vou declamar:
- Quero sempre poder te olhar!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Jardim e só uma flor!

Jardim e só uma flor!

A um GeL que já se foi.
Leandro Custódio


Pronuncie milhões de vezes com clamor, a solidão que tu me deixas.
Pulei edifícios mais longos, sofri o teto necessário de um trabalhador.
Procurei você nas redondezas, feri seu coração com a minha estranheza, mas para nunca te deixar só, me deixe ferir por algum tempo.
Quando a noite entra e você chora, eu ainda tenho as lembranças de quando ainda éramos jovens, jovens com a força unida

Te amarei pelas ruas e quarteirões, não te deixe, só pensei, a sofrer calado, em meio aos astros do passado e depois te deixar desabrochar...
Minha flor de Marília.

Agora tu és mulher, já traz outras abelhas e zangões que te sugam - não se deixe levar pelos apegos, não se deixe viver para murchar.
Agora o vento que te acompanha volta, o ar que você respira volta, volta, com algumas mágoas relembradas e jogadas ao vento sul.
Com a esperança e com amor, que desperta em você a magia, para não te deixar levar mais por alguém que não sabe nada!
Viva comigo...
Meu anjo!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Parabéns ao Amigo James Martins

JameSim
Alma de Caim
JameSim
Alma de Caim

J A J A
A J A J

_____________________

Parabéns a você!
Por mais um ano em te ver.
Parabéns a você!
_______________________
O Entrevistado disse na Entrevista

James: - Leandro, o que é a amizade?

Leandro: - Antes de completar 19 anos, conheci a Bahia, e um amigo, e fora isto, guardo a melhores recordações do mundo.

James: - Quem é maior a Bahia ou o amigo?

Leandro: - A Bahia, é lógico, pois meu coração só cabe algumas pessoas...

James: - O que te surpreende?

Leandro: - Anos se passaram, e a felicidade se tornou motivo de potência, só depois de um sorteve de Umbu, uma poema dito, e umas palavras trocadas...

O que é a Felicidade?
Se não simplicidade.
O que é a Felicidade?
Mentira, ou Verdade?
O que será da Felicidade
"Um James
Um Não
Uma Linha Reta
Uma Meta."
___________________________________________________
Um Abraço sereno de Leandro Custódio, ao seu amigo James Martins.

sábado, 1 de agosto de 2009

E ela sorria.

E ela sorria (Leandro Custódio, 01/08/09)

Á Viviane

Eu nunca havia, e nunca a conhecia
Era mais um daqueles singelos dias,
Que você acordava e admirava uma menina,
Sem ao menos ter uma palavra, uma fantasia.

Era mais um daqueles singelos dias,
Tudo me parecia que nada haveria
Nada, só a normais velhas manias
Mas ela sorria, e sorria ...

Que Maravilha, nunca a via.
Nunca tinha visto sua alegria.
Nunca carreguei se não olhos,

Olhos que não tinham malicias
De ver uma adoravei menina
Como você Viviane, minha amiga!

sábado, 27 de junho de 2009

POESIA - Porta Retrato

Leandro Custódio

Esses meus olhos azuis
E meus cabelos loiros,
Fazem-me retrato, retrato
Que dispensa a goma na roupa.


A pele branca seca,
Seca de melanina,
Fazem-me um anjo
Numa entrevista de trabalho.


Não é necessária boa conduta,
Nem ficha limpa.
Domino meia língua, quebra galho,
Pronto to contratado!

E vejo no restante da fila,
Meia dúzia de negros e pardos,
Nenhum Porta Retrato,
Nem brancos retardatários,

Para contar a história dos oprimidos.
E com aqueles olhos de águia,
Que quase não fogem nada,
Interrogam todos eles.


- Nome?
- Profissão?
- Obrigado!
-Dispensado.


E assim, na espera de mais
um bem moldado,na estrutura
Do retrato,continua a história,
Do emprego e do Impregnado.

domingo, 31 de maio de 2009

Maturidade

Leandro Custódio

Enquanto estudo,
Mais me lembro da infância.
E vou e me iludo,
E na garganta guardo uma ânsia.

A brisa esconde a ignorância.
Tampa a boca, - é mudo -
E reflete a dialética do mundo,
E pela humanidade sente repugnância.

Senta, pensa e cala.
Na postura de sábio.
-Silêncio de manhã na sala-

E logo conhece a verdade.
- Ele abriu a porta, e eu? Saiu
Com apenas vinte anos de idade.

sábado, 30 de maio de 2009

36 chamadas perdidas.

36 chamadas perdidas.
Leandro Custódio

A minha tristeza é tanta,
Que pensei em virar budista
Ou entrar para o exército.

Quantas dores palpitaram
Na minha humilde porta.
E quando a senti, vi que a
Minha alma não estava morta.

A consciência dormia na razão.
Os olhos do mundo me olhavam
O que ela esperava de mim? Não sei...

Abri, abriram-se as janelas e as minhas
Lágrimas entraram para nunca mais sai.
- A virtude está em nosso sofrimento -

Não, não sou egoísta, minha flor,
Meu bebê gordo, de olhos negros.
Seu sofrimento é minha compaixão.
Por um segundo senti me cristão.
Ao perceber que te fiz chorar.

E hoje, com seu sorriso
De ontem, me fiz parar.
E procurar você pela manhã
Nessa luta que não será vã.
Para construir este sonho.

O pranto, dos meus olhos estavam lá
Lembrei do dia das 36 chamadas perdidas.
Lá, fui ao velório de Américo, lá,
Fui a todos os postos de saúde, lá,
Fui em sua casa, vi seu quintal.
Lá, fui até no pátio do hospital.

Uma vida para nos, já não basta
Um beijo, um abraço, sim e não.
Não basta, não basta!

Um último suspiro.
Um cheiro de fios de cabelos.
Um olhar como antes.

Ah, meu amor não passa.
Ah, não quero mais sofrer.
Ah, quanto tempo vou esperar?
Uma noite, um dia, uma semana...
Para pode finalmente te amar!

Lembro, lembro daquele dia.
Você só trabalhava de dia.
E sua mãe escondeu o telefone.
E eu liguei, e jurei, que
Sempre Ficarei com você!

Vou te esperar... Até quando?
Até quando eu te amar.
Até quando... Você me esperar.

Nunca te contei...
Quero ainda te falar,
Antes que você vá para o mar
Da mentira e da ilusão.
Pois a nossa paixão
Nunca vai acabar!

A mais bela aliança do mundo,
Não é de cristal nem de ouro puro,
A mais bela aliança do mundo,
Não é matéria,
Não é física.
A mais bela aliança...
É a minha vida
Por toda sua vida.
É o meu amor
Mesmo sem seu amor.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Resistindo, contra o absurdo.

SMS: Eu ainda te amo.

Leandro Custódio

I
Foram tantas noites,
Que absurdo é isso.
Você não me olha,
E, eu? Nem ligo!

Que absurdo é isso.
Você lembra, eu choro
Eu choro, e você lembra.
Que absurdo é isso?

A minha lembrança é tão imensa.
Que o dia de hoje é uma doença,
E o passado é a minha única saúde.

Lembro, minha lembrança é sua,
Meu passado é um estrangeiro,
Dentro da alma desse brasileiro.

Foram tantas tarde claras.
Tantas noites escuras
Que absurdo é isso?
Minha flor, minha formosura.

Que absurdo é isso?
Andávamos juntos pela estrada
Noite, tarde, manha e madrugada
Que absurdo é isso?

Será esse o seu futuro?
O pai de suas crianças?
O homem da sua vida?

Não? Não namorei mais,
Case comigo, viva comigo
Na cama, na rua, na vida
Sincera, na luta divina.

Quantas Guerras travamos?
Nem vivemos um ano,
E já falamos - séculos passados.



II

Era só por uma noite,
De no máximo 3 horas.
Arriscamos nossa moral,
Nossa conduta ética catedral!

Não nos beijamos no mundo,
Desviávamos nosso fulcro.
Mas na nossa representação
Criamos vários planetas.

Aonde namorávamos sem culpa,
Depois de tanta e tantas lutas,
Podíamos deitar sossegados.

A hora da partida era tão intensa ...
Dizer -Te Amo- era quase mentira,
Por que a felicidade, imagina,
Era a maior de nossas amigas.

As palavras eram tão poucas,
Que os sentidos eram a máxima.
A química , a física , o nada.
Tudo, meu amor, e quase nada.

Juntos, sempre, então..
Quem nos conhecia?
Só eu e você vivia,
Um amor de Platão.

III

" A minha mágoa de hoje é tão intensa
Que penso que alegria é uma doença
E a tristeza a minha única saúde." (A. Anjos)

Caiu, minha cara caia entre o chão.
Acordo de um sonho pesadelo,
E vejo o retrato e fotos pelo chão,
Eu, você e meu pequeno irmão.

Quantas batalhas, vida,
Que Guerra vencemos?
- Só foi mais uma batalha -

Será que esperarei mais 2 anos e meio,
Para tocar e sentir seu corpo e seu cabelo?
Já passaram aqueles três meses em diante
E ainda você insiste e vai resistindo adiante.

Tudo me remete ao nosso passado.
Os 2 professore do cursinhos
Suas amigas e meu amigos
Nossas fotos, nossas brincadeiras.

Tudo que é ambiente e me rodeia
Me leva a memórias felizes passadas
Tudo que é ambiente e me rodeia
Me leva a memórias felizes e passadas

Sabe aquele meu amigo que você ficou?
Eu não me importo mais com a mágoa
Com tempo essa ferida vai aos poucos sarar
Agora pensemos como iremos recomeçar.

Seus pais nunca me aceitarão,
Mais isso,nunca nos atrapalhou,
Eu trabalho, me esforço
Para o dia que se surpreenderão.

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
- Era esse aquele menino?
Podia ter nos contado antes!

IV

Eu sonhava com esse dia
Vivi toda a minha vida
Para esse cabuloso encontro

E hoje que eu não os conheço
E seu amor não está mais comigo
E depois “daquilo” resgatei o equilíbrio
Desculpe aquelas mentiras, eram necessárias

Pois se não fosse aquilo teria tudo terminado
E hoje eu não teria essa esperança
Já estou estável e você amadureceu

Estava certo, estou rico, rico de vida
Aquela pobreza minha flor
Já não existe mais, só seu agora
Como sempre fui antes

Esse ambiente, que absurdo
Me mudou, mas não me enganou
Vive sempre na realidade
Me moldando todo a você

Pena que a vida é essa tragédia
Quanto mais luto e resisto
Mais minha chaga aumenta

Você não poderia ter esperado tanto
Compreendo, também tenho carência
Me apaixonei, transei, sem essência.

Minha alma é sua, que doce nosso maracujá
Já abandonei aquele manta velha
Já limpei todo o chã de casa
Pode vim, sinta-se em casa.

V

Não sou o mesmo, nem você
O caráter não muda -
Aboli as maninas e os defeitos.

Nunca deixei de guardar no meu peito
O amor imenso de um brasileiro.
Por toda suas pétalas na minha cama
Todo seu suor e meus lençóis.

Se o ano inteiro acabar e você nunca mais
Me olhar, digo meu anjo, meu bebê
Desculpe por tudo, foi essa a verdade
Te prejudiquei, comigo seria pior.

Estava esfolado todo torto.
Sem casa sem norte
Sem a paciência que sempre tinha
Você se esforçava para ser minha amiga
Mas eu sempre te tratava mal

Assim nunca te abandonei
Confesso, quando soube
Tentei de esquecer e me apaixonei

Mas meu amor sempre foi seu.
Isso é só por uma existência
Um amor por vida
Um morte boa por sorte
Uma velhice calma

Quanto tempo ainda vou te esperar
Para poder assim enfim te olhar
E você e eu todos os dia se abraçar
Tomar chuva e banho juntos.

Porque amor, o amor agora
É como mar em véspera de enchente
Se não secar transborda.

Como é tão fria essa minha vida hoje
Sem você, não amarei mais ninguém
Nem amanha, nem após a morte!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

POEMAS MORTOS - Sementes de Maracujá

Leandro Custódio

Sua poupa é amarga e azeda
Mas tem prazer de felicidade
Sua semente sigular
Seu sabor único.

Misturado com mel ...
Com chocolate derrtido ...
Petalas de rosas sobre a cama ...
Perfume

POEMA MORTO - Soneto à Flor de Maracujá.

Leandro Custódio

Quanto vale um ano de amor?
Quanto vale o meu bem estar?
A qual preço você me rotulo ?
Imagina! O valor a que te dou!

Cinco horas da manhã!
Cinco Km de caminhada!
Cinco minutos de encontro!
Cinco dias, sem dizer nada!

Eu Te Amo! Eu Te Amo!
O amor egoista, tal qual,
você me amas, - não ama-

Eu não amo, Te Amo! Te Amo!
Já amei tanto, não amo mais!
Fui muito, mas pode ser mais?

sábado, 2 de maio de 2009

A vida Dionisíaca do gozo.

"Escrevo poesias, mas não sou poeta, sou um idiota grego"
Leandro Custódio

I

Rompo agora a minha vida.
Dato o dia de hoje e o de amanhã,
Como a vontade de viver, e de gozar da vida.

Parece-me necessário a antiga razão,
E o mortificador pessimismo – sofria –
Em quem minha alma se banhava.

Hoje sou um novo homem. – cão –
Não guardo remoço ou mágoa.
O ser é tudo! A amizade, o amor
E o quase nada, transcende a transcendência.

A potência térrea de bem-viver
Toca o sentido natural - animal -
A que todo homem um dia corre-o.
– O eterno retorno, a vontade de potência –


II

Os pelos da narina
Filtram o mormaço
E selecionam o cheiro.

Entre o macho e as fêmeas
Existe um elo, um ego
Vontade, essência de sexo.

O nariz, o perfume, um...
– O ambiente se perfuma –
Entram mulheres cruas, e
Entre as mulheres, ando!

Oh! Nádegas e seios fartos.
O homem é um eterno
Cão de rua, – fareja –
Sempre atrás de um rabo.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

HOMENAGEM aos 125 anos de Augusto dos Anjos (20/04/1.884) " Um homem para muito além de um poeta"

Ser Deus.

Leandro Custódio

Dedicátoria: Ao meu EU e ao EU de A.Anjos.

- Alguém viu minha dor chorando?
Sou tudo, e não consigo ser nada.
Tudo que toco, crio um sentimento,
E todo sentimento, se transforma em tormento.

Vivo, e somente existo...
Para continuar Existindo.

Lírico,
Poeta,
Parnasiano,
Marxista,
Simbolista,
Pessimistas,
Anarquista,
Humorista...
Otimista!

Sou assim, não posso ser assim,
Não consigo ser assim, sou assim!
E não posso mudar mais...
Mesmo que eu queira!

“ Para aonde vou parar?”
E aonde vou, carrego essa alma,
Vazia, triste e Morta.
- Alguém viu a minha dor passando?
_________________________________________

O pai de Anjos.

Leandro Custódio

Uma parceria para eternidade

Certo dia, um moço bem mocinho,
Mostras-te alguns versos ao pai doente,
- Toma pai, leia este meu sentindo poema.

E antes de ler a minha palavra
O verme pai melancólico na cama
Disse com a ânsia de morte...

- Filho, não escreva mais.
Isto é influência de Sinhá mocinha,
Tua mãe. E você é homem, é macho,
E isto é coisa de menininha.

- Não pai, meu querido pai,
Não compreendeste minha lira,
A influência é sua, e poesia,
Não é coisa de menina.

O Senhor que foi contra dito,
Segurou o braço do menino
E antes que vomitasse a blasfêmia...

- Meu velho, pai velho, acima de cinqüenta.
Só eu, e nem Deus, e mais ninguém, te agüenta.
Viveremos juntos sozinhos, sem mãe, sem casa.
No sul, na morte, no norte, num canteiro da estrada

E antes que o tapa viesse à cara
Numa injúria fúria de desabafo...
O menino leu...

“Para onde fores, Pai, para onde fores,
Irei também, trilhando as mesmas ruas...
Tu, para amenizar as dores tuas,
Eu, para amenizar as minhas dores!

Que coisa triste! O campo tão sem flores,
E eu tão sem crença e as árvores tão nuas
E tu, gemendo, e o horror de nossas duas
Mágoas crescendo e se fazendo horrores!

Magoaram-te, meu Pai?! Que mão sombria,
Indiferente aos mil tormentos teus
De assim magoar-te sem pesar havia?!

- Seria a mão de Deus?! Mas Deus enfim
É bom, é justo, e sendo justo, Deus,
Deus não havia de magoar-te assim!”

POESIA - Vir a Ser fera .

Leandro Custódio

Como a descraça humana
Para satisfazer o meu fetiche.
Não brinco em serviço
Na hora de recolher o ossos.

Prefiro a carne magra,
Não necessito de fartura,
Sou socialista até na hora do banquete
Divido a carcaça com os vermes,
E o sangue podre com as paredes.

Sou fera, Não sou fera, Necessito ser fera.
A miséria encanta , engana,
E aí de correr vísceras humanas.
Como a peste que ataca os órgãos ,
E quimera que destrói...
Os Sonhos e os sonhos.

POESIA - Para além da inteligência do público

Leandro Custódio

I

Verme, lágrima de sangue branco.
Bactéria, achatada, mastiga os ossos da velha.
Vírus, fecundo, mutante, raiz da desgraça.
A AIDS é humana, amiga da raça.

Como se a Dengue causa-se tormento...
Nem o HIV, nem a enxaqueca
Causaram essa tragédia.

Sabe os ossos daquela velha?
Então, estão em farelos e logo vão para caixa
Lacrada, estúpida, sacrossanta, fechada!

Sabe seu marido aquele lobo do mato?
Macaco velho, fera do bosque!
Envio lhe o calho em teu rabo
Assim sangrou, infeccionou e matou.

POESIA - Versos Póstumos e Cotidianos.


Leandro Custódio


Há conheci um dia,
Por volta do meio-dia,
Com os dentes sujos.

Havia uma barreira de madeira,
Melhor dizendo um balcão.
Um vidro sem reflexo.

Isso bastava, para ser tão fria e seca
A relação que aos poucos se construía.
- E não havia como cumprimentá-la –

O espaço só passava o cartão,
Uma parte do braço e a mão.
- Não nos tocávamos, nunca! –

Eu só via o perfil, seu rosto,
A alguns detalhes da coxa.
- Que lindo este sorriso –

No começo não notá-la, e
Nem entrava em sua fila, e
Não fazia questão nenhuma.

Sentava longe só no começo.
Aos poucos fui mais perto,
E mais perto, pra você me notar.

Não te olhava, não a encabulava,
Só sentia a sensação de imaginar
Você, a me olhar e me admirar.

Tomava sempre café, - Esperava -
Dava um tempo, - Duas opções -
Eu ia a você, escolhia apenas você.

- Olá, tudo bem?Como está? (...)
Recíproco é o nosso diálogo.
- Nem sempre, retifico e friso! –

Quieto, às vezes ficava.
Quieta, poucas vezes ficava.
-... Três e cinqüenta e nove! (...)

Era apenas um instante,
Não durava um minuto.
-... Crédito ou Débito? (...)

Imprimia, olhava , assinava,
Sorria, olhava e agradecia!
- Como é entediante minha vida –

Ficava apenas o sentimento
Vago da nossa sensação.
Ah! É lógico, e a excitação.

Horas: tristes mal morados e doentes.
Outras, felizes, alegres e contentes.
Assim que aos poucos nos conhecia.

E até hoje é assim.
Temperando no Tempero
- Qual será o seu desejo? -

-... Obrigado moço.
- Boa Tarde moço.
- Volte sempre!

... ... ... ... ?
... ... ... ... ?
- Voltei sempre? -

quinta-feira, 9 de abril de 2009

POESIA- Porta retrato

Leandro Custódio

Esses meus olhos azuis,
E meus cabelos loiros,
Faz-me retrato, retrato
Que me dispensa a goma na roupa.

A pele branca seca,
Seca de melanina,
Fazem-me um anjo,
Numa entrevista de trabalho.

Não é necessária boa conduta
Nem ficha limpa.
Domino meio língua, quebra galho,
Pronto to contratado!

E vejo no restante da fila
Meia dúzia de negros e pardos,
Nenhum Porta Retrato,
Nem brancos retardatários,
Para contar a história dos oprimidos.

E com aqueles olhos de águia
Que quase não fogem nada
Interrogam todos eles.

- Nome?
- Profissão?
- Obrigado!
-Dispensado.

E assim, na espera...
De mais um bem moldado,
Na estrutura do retrato,
Continua a história,
Do Emprego do Impregnado.

POESIA- Para além do sentimento negro.

Leandro Custódio


Para aqueles que ainda não perceberam esse marketing.

Negro,
Contente,
Alegre,
Sorridente.

Que Idolatra,
A Propaganda
Do branco que engana
A índole dessa gente.

Não entregue sua vida
No buraco da ferida.
Pois a história lhe ensina...

Ensina que os porcos se vestem de branco
E que desenham em tão nobres panos
O símbolo racista do ariano.

POESIA- Falando de Amor

Leandro Custódio

Para esperança,
Daquela criança linda,
Madura e estranha.


Se a noite acaba-se
Entre as luminárias do céu,
Tirarei toda sua roupa,
Não deixaria nem o véu.
E beijaria o seu corpo
Todo Banhada de mel.

Quase não me nota,
Mas quando me notar,
Buscarei um pouco de ar,
E algumas estrelas do mar.

Falarei da vontade e do mundo,
Encantarei você com a virtude,
Desse homem romântico e profundo.
Farei um bolo de cachaça amarga,
E juraria aos seus pés:
- Jamais te deixarei solitária.

Contaria histórias de amores,
De loucuras e de paixões.
Você será minha musa
Igualmente a de Camões

Eterna, viva em meus livros.
Farei mil poemas escritos
Nem que seja talhado em sonhos
Sonhos de ainda infelizmente amigos.

Talvez não me iludo, mas..
Sei que estudo e não estudo.
Seus olhos estão longe dos meus,
Mas sempre vou ser eternamente seu.

Paixão rodeia as madrugada,
Tudo acaba tristemente em nada.
Pois sua boca borrada de batom
Não tocou em meus lábios.

Então com calma e paciência de sábio,
Direi a você com palavras cantadas:
- Será comigo a mulher mais amada.

POESIA - Educação como vontade e revolução.

Leandro Custódio


Os revolucionários querem esclarecer,
A quem sempre se esclareceu.

A mudança ocorrerá,
Por um meio, que nunca ocorreu.

Pode ser o socialismo,
Ou até mesmo, o direto comunismo.

Conhecemos no mundo diversos caminhos.
E até mesmo as correntes do anarquismo.

Utopias, quimeras e sonhos
Buracos, crateras e morros.

Tudo demorará muito tempo
Tempo que tudo desmoronará.

Ah! Qualquer que seja a barba branca,
Marx, Bakunin, a revolução acontecerá pela criança.

Digo algo desvinculado de religião e moralismo,
Que seja algo novo, só não seja o protestantismo.

No Brasil será devastado esse hibridismo,
A mistura sufocante do cristianismo com o capitalismo.

São os ventos alísios dos cristãos
Que Nietzsche sempre dizia,
É a revolução na educação!
De forma que a esquerda não esperaria.

Mas somente conversando com as crianças,
Sendo paciente como professor,
Não doutrinando, seremos educador.

Desculpe Schopenhauer.
Não educaremos com amor,
Nem viveremos com a dor.

Emanciparemos estes seres
Que já tiveram a infância destruída,
Conhecerão a liberdade,
Que o sistema corrompia.

Que o Brasil provocou,
Que o jesuíta incentivou.
O futuro não dormirá mais na rua,
E a verdade será dita, nua e crua.

Lá em Salvador,
Não conheci a paixão
Vi o negro, vi a dor,
Vi a igreja linda do cristão.
E o cego egoísmo da compaixão.

Nada soluciona ou tapa
O buraco negro, brasileiro,
Isto acalenta só por alguns segundos
Tal misericórdia de esmola,
E a dó que um dia foi bater a tua porta,
Vai bater no peito preto da preta morta.