sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Perversão

Perversão 

Sentado à beira da piscina com as pernas dentro d'água,
J.R me pergunta, por que entrar tão sutil?
Respondo: - em águas tão geladas, não se entra gato escaldado.

Em torno da piscina uma república democrática sussurra.
JR se senta ao meu lado, com os dois pés cheios de barro.
Todos nós ouvíamos o piano da Richard Cheese e a voz dele próprio.

Arrepiou - tal atitude.
J.R já sentado afirmar:
Quando os dedos experimentam o frio
Congelam-se os neurônios.

Num salto levantei-me olhando para o céu,
Uma nuvem carregada de tempestade,
Cobria o sol e toda nossa vaidade.

A chuva, banhava-se solitária na piscina
E nem todos estavam sobre um teto
E mesmo juntos, tudo podia se fazer.

As gotas se desmancham em poças de felicidade.
E na república nenhum sorriso despontava,
No meio de toda aquela multidão.

Até J.R romper com o movimento da massa
E tomar a chuva pela boca e se ensopar de sorriso.
A chuva é uma benção! - Grita JR.

Eu e os outros, olhávamos uns aos outros, com cara de espanto.
Estaria JR louco? Pensei.
Fui conferir, enquanto pensava algum argumento.

JR olhava para mim, como pervertesse um jovem democrata.
E disse: Mergulhe-se, banhe-se destas águas tão geladas,
Nunca serão as mesmas águas, tome por ela seu próprio destino.

Mesmo sendo arrebatador aquele discurso,
Parado num instante de minutos, 45% estava com a gente,
Sentido pela primeira segunda e até terceira vez aquele passado.

Não será Getúlio, nem o espectro da bala. Nada.
Nem sua metralhadora Tauros e os fanáticos
Conterá a perversão: ação exercida pelo sujeito revolucionário.

Poeta Crazy - 29/11/18

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

terça-feira, 6 de novembro de 2018

ca mi nho

             Reativando meu antigo Blog de poesia e arte trago a você o meu mais novo trabalho poético, ca mi nho. Antes da minha longa pausa neste blog estava eu em pleno pulmões trabalhando o estilo concreto na minha poesia, você vai encontrar em detalhes na apresentação "twittismo". 
             Sem mais, volto ao atual poema que inaugura uma nova fase, (depois da obscura reclusão que a vida nos encarregou e que agora destino me retoma) na minha poetisa, plenamente experimental e sem pretensões como outrora buscava. 
              ca mi nho é um poema vivo, pois é construído a partir do olhar do leitor para as diversas palavras, silabas e fonemas que o compõe. Vivo é a melhor definição para ele, porque como toda existência muda e se transforma a medida do tempo. As silabas anotadas em vermelho tem uma pura intensão didática de contribuir para olhos menos atentos em atuarem ativamente e buscarem em construir novos caminhos na leitura do poema. 
               A sua fôrma é talvez menos perceptível, quis trazer uma estrutura de paralelepípedos (silábicos) que ainda vemos nas arcaicas ruas e vielas que andamos, e que definem uma forma moderna para o poema, porém sem novidades.