quinta-feira, 30 de junho de 2011

Monólogo da Máscara


IV

Cansado de mim mesmo.
Foi para casa tirar fotografia.
Olhando para o espelho,
Vendo quem eu era
Tirava fotos como um principiante qualquer.

Ao voltar para rua, com a mesma cara
De quando já estava aqui, senti falta de mim.
Sim, de quem eu era,
De alguém que sempre fui.

Essa saudade adolescente,
Essa amargura de eu para mim,
Essa falta de não usar máscara
Piedade de ser sempre assim:

Um pobre homem
Carregando na mala
Máscaras, Máscaras
Máscaras, Máscaras
Máscaras. Máscaras
(...) Máscaras.

O tudo do nada:





terrorismo poético:
          movimento corredor sentinela

Toponímia: Maloca ou Moji?


Cubas, bandeirante, cá estava encontrando...
Mogi das Cruzes há 450 anos...
Do indígena Boigy acabou virando
Mogi, e os tupi-guaranis, mojianos.

Cruzes ao redor da Vila vigiando.
- Assim foi sua arte nobre de vigiar -
Para o estrangeiro não desbravar,
O que Cubas já estava desbravando.

Mas na hora do paulistano Gaspar,
- Que dizem legitimo fundador -
Pensar que São Paulo iria visitar,

Decidiu cada índio expulsar
Sem ao menos calcular toda dor,
Do índio, que nessa terra foi Criador!


O tudo do nada:




terrorismo poético:
          movimento corredor sentinela

terça-feira, 21 de junho de 2011

Estamos s/ D.A.

(Parte II)


Estamos s/ D.A.




E calados


E d


Braços cruzados










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Estamos s/ D.A


e s/ R.U noturno


Todos com fome


E mudos


R$2 e poucos centavos


Jatamos?


Comemos salgados.










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Massa


Cantina


Privada


E vc o q faz?


Faz nada.










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estamos c/ D.A.


e sem D.A.


e sem ensino


e sem comida


sem art viva










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o q vc quer? Eu tbm quero


o q vc faz? Eu tbm faço


sent fome? Eu tbm sinto


e pq ñ estamos lutando juntos unidos?










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VENCIDOS!


LER quer QI


Teoria trotskista


Faz-me rir , rir , rir...










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vendo isso o q eu fiz?


Poesia viva


Lutar


Pensar


E destruir!destruir!destruir!










SJU (sarcástico jovem universitário)*
Pseudonimo usado no terrorismo poetico do movimento Corre,Dor Senti,Nela
 
Colamos no inverno de 2010 poemas em poestes, muros e pontos de ônibos na cidade Marília.
Eu e Temistocles Bueno.

Cardápio


- Olha o suco coloriidoo ... olha o suco coloriidooo...

Tem de limão e graviola

Samba e roda de viola

Abacate mamão e caqui

Caquei

Frango ao molho xadrez





Purê de batata

Milho verde muito verde

Que de tão verde

Mesmo com 99,9% de água

Não mata a cede.





Quis conhecer o r.u. por experiência

E hoje que conheço o seu conteúdo

Pudera eu comer, eu que idolatro o “estudo”

Comer a ciência menos está ciência





Porque ao logo da bandeja

Vi carne morta

E molho joju

Gordura no sangue

Gordura do porco.





Arroz feijão e batata

Arroz feijão e salada

Arroz feijão e farofa

Arroz feijão boi morto = a carne seca

Viva ou morta? Não importa...

O que importa e encher a banceta.





Se eu quero me alimentar bem, tenho que matar,

Matar minha consciência

Sei que a carne que como

Vem do pasto e vai pro matadouro

Com quem posso contar?

Se até o mesmo o movimento estudantil

Grita: - SOCORRO.













SJU (sarcástico jovem universitário)*

Um novo terrorista poético
 
*Pseudonimo usado em 2010 no terrorismo poetico do movimento Corre,Dor Senti, Nela.

Porta Retrato


Esses meus olhos azuis


E meus cabelos Loiros


Me fazem retrato, retrato


que dispensa a goma na roupa.






A pele branca, seca


Seca de melanina


Me fazem um anjo


Numa entrevista de trabalho.






Não é necessária boa conduta.


Nem ficha limpa.


Domino meio língua, quebra galho,


Pronto to contratado!






E vejo no restante da fila meia dúzia


De negros e pardos


Nenhum porta retrato


Nem brancos retardatários


Para contar a história dos oprimidos






E com aqueles olhos de águia


Que quase não fogem nada


Interrogam todos eles.






- Nome?


- Profissão?


- Obrigado!


-Dispensado.






E assim na espera de mais um bem moldado


Na estrutura do retrato


Continua a história do emprego e do empregado.






(Le. Custodio, 21/12/08

quarta-feira, 8 de junho de 2011

3º Encontro do Fórum Social de Marília

Companheir@s do FSM,



fsm-online.blogspot.com

Segue a Convocação para
a 3ª Reunião do FSM.

Contribuam na mobilização!!!





O que? Reunião do FSM


Onde? Câmara Municipal de Marília


Que horas? das 17h00 as 19h30


Quando? dia 09/06 (quinta-Feira)




Saudações,




Marcos Aurélio "Marquito"


Presidente da UJS Marília

domingo, 5 de junho de 2011

Café de Meia - TERÇA-FEIRA,

Café de Meia - TERÇA-FEIRA, 07/06, das 16 às 20 h. Como há de se deduzir, tem como matéria prima principal o café, preparado com simplicidade e nostalgia. Todas as terças feiras, durante as tardes, recepcionaremos um público diverso no Cão Pererê para tomar café, conferir oficinas esporádicas, debates, exposições, exibições de filmes de curta metragem, bazar PRATATAH de vendas e trocas, além de culinária vegana e vegetariana. Beijas Apoio: Café Tipo Colonial - Torrefazione Bonini Pardo; Cão Pererê; Café Espacial. Realização: Coletiva PRATATAH




sexta-feira, 3 de junho de 2011

Umes: 48 anos de luta e 13 anos de reconstrução: E ainda tem gente que diz que isso é coisa de criança


Umes: 48 anos de luta e 13 anos de reconstrução: E ainda tem gente que diz que isso é coisa de criança

* Por André Gomes

Umes – União Mariliense dos estudantes secundaristas: Fundada no outono de 1963 e reconstruída na Primavera de 1998, essa frase compunha o logotipo da Umes em sua gestão de reconstrução em 1998, ela foi formulada pelo Presidente eleito, Antonio Alexandre Banstarck que era uma grande liderança do movimento estudantil secundarista, na ocasião ele era Presidente do Grêmio do Cefam que era um dos mais atuantes da época e também foi ele praticamente fundador da UJS em Marília. Eu tive o privilégio de fazer parte desta gestão de reconstrução sendo secretário geral, era Presidente do Grêmio do Oracina que também era um grêmio tradicional que depois de mim continuou a revelar lideranças. Na época além das tarefas corriqueiras da entidade – construir grêmios nas escolas, visitar os que já existem, construir campanhas, passeatas – nós dedicávamos parte do nosso tempo em pesquisar a Historia da Umes. Levantamos jornais da década de 60 em diante, procuramos ex dirigentes, fizemos entrevistas, enfim levantamos uma série de dados sobre a trajetória da entidade. Para o nosso orgulho descobrimos que ela nasceu um ano antes do golpe civil-militar de 1964 e que também não se omitiu depois do golpe, lutou dentro de suas possibilidades contra a ditadura. Conta o companheiro Otacílio Costa que na década de 70 ele ajudava nas panfletagens da Umes que eram clandestinas devido à perseguição do regime autoritário, nessa época com muita dificuldade a Umes mantinha sua sede na Rua nove de julho quase em frente ao terminal urbano, prédio onde hoje funciona uma gráfica. Ela se desarticulou no período seqüente, foi timidamente reorganizada na década de 80, mais logo se desarticulou de novo. Em 1998 onde hoje funciona o Ceesma realizou-se o congresso de reconstrução da Umes e desde então já são 13 anos de trajetória ininterrupta. Lembro-me em 2001 quando a Umes era presidida pelo estudante Luis Eduardo, conhecido como Pit, na calada da noite o então Prefeito Abelardo Camarinha que hoje posa de amigo dos movimentos sociais baixou um decreto acabando com a integração no sistema de transporte coletivo municipal, ou seja, os usuários pagariam uma passagem em cada ônibus que se utilizassem. Rapidamente a diretoria da Umes se reuniu e decidiu convocar para o outro dia uma passeata, eu e outros companheiros que já não éramos mais da Umes e a essa altura já estávamos mais experientes, opinamos de que eles deviam soltar um panfleto denunciando a medida autoritária e convocando a passeata mais a frente para ganhar tempo para uma mobilização melhor. Felizmente eles não nos ouviram, prevaleceu à disposição de luta deles e de forma relâmpago realizaram uma grande passeata que terminou vitoriosa. Lembro-me com se fosse hoje, o Prefeito Camarinha recebeu uma comissão de estudantes e a contragosto anunciou de forma demagógica, “entre os estudantes e a circular, fico com os estudantes, estou revogando agora este decreto”.  A cidade de Marília deve a manutenção da integração dos ônibus no terminal urbano a ousadia e combatividade dos estudantes. Assim como hoje, os editoriais da maioria dos jornais da época malhavam a entidade e os estudantes, taxando-os de baderneiros e coisas deste tipo, disse a eles naquele momento “vocês estão fazendo Historia e a Historia os absolverá”, e absolveu. Diria a esta geração que surge com força trazendo a Umes e os estudantes com tudo de volta ao cenário municipal que sigam em frente e não se preocupem que toda vez que a indignação ganha as ruas os conservadores de plantão ficam temerosos, todo mundo reclama bastante, mas são os estudantes é que vão as ruas. Vocês tem sido a vanguarda e tem sempre saído a frente, me dói os olhos ler a nota da Empresa Circular chamando essas legitimas lideranças estudantis de agitadores profissionais. Profissionais são aqueles especialistas em burlar legislação e ganhar as licitações públicas de concessão de serviço público. Já que os homens de terno e gravata não tomam providências, os meninos e meninas vão as ruas com suas faixas de papel, seu megafones e sua disposição de luta e continuam a fazer Historia. Aos estudantes aplausos, exceto o caso isolado que num momento de indignação atirou uma pedra e contra a sua vontade acertou um senhor que assim como ele usufrui do péssimo serviço prestado pela  Circular - e os idosos que andam de ônibus sabem do que estou falando – mas que ainda assim merece o nosso repúdio. Ao teatro demagógico da Empresa Circular que até Greve já incentivou para aumentara a tarifa, as nossas vaias. Aos 30 anos de idade e já pai de uma linda menina que espero que em alguns anos possa freqüentar as passeatas da Umes, retomo o secundarista que ainda hoje há em mim e mais uma vez me junto ao coro dos estudantes, Licitação transparente já e Fora Circular. Longa vida a União Mariliense dos estudantes secundaristas

André Gomes foi Secretário geral da gestão de reconstrução da Umes, Vice-presidente regional e tesoureiro geral da União Paulista dos estudantes secundaristas (UPES). Atualmente é estudante de graduação em Ciências Sociais pela Unesp, dirigente estadual, Presidente municipal do PC do B em Marília e secretário nacional de formação da Nação Hip-Hop Brasil.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Poemas

As paredes escuras


Desejavam

As janelas abertas

E terem de volta

O brilho



Quem abriu a janela

Desejava um pouco

De neve no gramado



A Grama

Jurava

Ao Sol

Para derreter

O branco

Que apagava

Seu orvalho



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EU

A guerra

Do outro



Quanta

Rebeldia





@Poeta_do_Nada
Leandro Custódio
(02/06/2011)



Bagunçando o Coreto*

Bagunçando o Coreto*


*Ato público lembra um mês da demolição do Coreto

No final de abril os prefeitos de Marília, o cadeira, Mario Bulgarelli, e o de fato “nelsinho”, mandaram derrubar o coreto da Praça Athos Fragata demonstrando total falta de respeito para com a memória arquitetônica do município. Cercado por outros “alguéns” desprovidos de cérebros destruíram mais um dos poucos patrimônios históricos da cidade que, apesar de jovem, sofre com este Alzheimer social imposto por alguns políticos que infelizmente passaram e passam por ela.

Por isso, nesta sexta-feira, dia 3 de junho, às 12 horas, o Fórum Social de Marília (FSM), promoverá um ato público na Praça onde há anos vivia o coreto. A recém nascida entidade vai protestar contra a morte de mais um espaço histórico. Os coretos que guardavam a história de muitos na cidade, foram sendo destruídos gradativamente e hoje só resta um no município, localizado na Praça São Miguel. Se a população se calar, este também logo, logo deverá deixar de existir da noite para o dia, assim como o coreto da Fragata deixou.

A desculpa deslavada dos “prefeitos” para a demolição do coreto, foi que o local era ocupado por gente que não serve para nada e que emporcalhava tudo por lá. Segundo eles, a população vizinha da Praça, reclamava da sujeira que drogaditos e desocupados faziam na praça. A ação dos dois seres que tentam ser pensantes acaba denunciando a inexistência de um programa assistencial aos andarilhos e aos drogaditos que perambulam pela cidade, especialmente à noite. Não há uma preocupação efetiva com a transformação social de pessoas. Também não há nenhuma preocupação com a ocupação efetiva dos espaços ociosos, seja por ações de segurança ou culturais. Logo, num raciocínio de ostra, se não buscamos solução para estas pessoas e para estes espaços, o jeito é derrubar os espaços onde estas pessoas buscam abrigo.

Pedir aos dois prefeitos que tentassem se lembrar da existência da Secretaria Municipal de Assistência Social de Marília, para assistir as pessoas que se abrigavam por lá, seria pedir demais. Afinal, o ato de lembrar só é exercido por quem tem cérebro e o cérebro desta gente só parece existir diante da palavra dinheiro. No momento, por exemplo, o prefeito de fato, vem sendo investigado por suspeita de ter metido a mão em dinheiro sujo oriundo de licitações direcionadas a uma empresa que lhe pagava propina. Morrendo de medo, ele tenta desesperadamente atrapalhar a CPI da Merenda que visa detalhar o caso que também envolve o ex-prefeito da cidade e atual deputado federal, o maior ficha suja do Congresso Nacional. A CPI também vendo sendo atrapalhada por alguns vereadores que apóiam a administração e seus atos sujos.

Se os prefeitos de fato e o de cadeira, resolverem derrubar todos os espaços arquitetônicos da cidade que só vem abrigando gente que não serve para nada, começarão pelo segundo andar da prefeitura e caminharão a alguns gabinetes de vereadores da Câmara Municipal de Marília. Convenhamos, muitos deles que se abrigam por lá, apesar de serem pagos com dinheiro do povo, só atrapalham a vida do povo que dizem governar. Do contrário, já teriam aprovado a CPI da merenda e até derrubado os prefeitos de cadeira e de fato, promovendo a tão necessária demolição à corrupção que tanto maltrata esta cidade.

Por isso hoje, venha bagunçar o coreto no ato público do FSM!





Márcia de Oliveira

jornalista