sábado, 16 de junho de 2012

SHOW OPINIÃO


LEITURA DRAMÁTICA NA BIBLIOTECA DA UNESP



dia 19 de junho, terça-feira, às 17 horas: leitura de

Show Opinião, de Armando Costa, Oduvaldo Vianna Filho e Paulo Pontes

Local: hall da biblioteca do câmpus 1 da UNESP de Marília

Av. Hygino Muzzi Filho, 737 – fones 3402.1334/1335



Com o apoio do departamento de Filosofia e do programa de pós-graduação em Filosofia, a biblioteca da Faculdade de Filosofia e Ciências, câmpus de Marília da UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, promove, durante todo o ano de 2012, um ciclo de Leituras Dramáticas.

O ciclo consiste em leituras abertas de peças teatrais brasileiras, realizadas mensalmente no hall da biblioteca, às 17:00.

Tem como finalidade divulgar, junto à comunidade acadêmica e ao público em geral, textos de teatro que, na segunda metade do século XX, buscaram pensar a política e a economia brasileiras em correlação com movimentos de esquerda de âmbito mundial.

As leituras são realizadas por alunos dos cursos de Filosofia, Pedagogia, Fonoaudiologia, Relações Internacionais e funcionários da administração desta unidade, sob supervisão da profª drª Ana Portich, do departamento de Filosofia da UNESP.



Ficha Técnica

Elenco
Aline Oliveira
Amanda Mendes
Deise Giovanini
Leandro Custódio
Luís Paulo
Milena Fraga
Renata Piovan
Toninho Oliveira

Direção das leituras

            Ana Portich

Participação da Orquestra Unespiana de Transgressões (OUT), sob direção de

           Lúcio Lourenço Prado



Show Opinião, de Armando Costa, Oduvaldo Vianna Filho e Paulo Pontes

Após o golpe militar de abril de 1964, o teatro político no Brasil sofre um violento revés. Dramaturgos como Augusto Boal e Oduvaldo Vianna Filho, que haviam introduzido nos palcos brasileiros a questão do operariado associada às contradições do capitalismo, são duramente reprimidos e obrigados a tratar de política de modo apenas alusivo.

É neste momento que surgem espetáculos de protesto como o Show Opinião, que estreia no Rio de Janeiro em dezembro de 1964, sob direção de Boal. O roteiro foi elaborado em conjunto com os intérpretes das 20 e tantas músicas incluídas no show: Nara Leão (posteriormente substituída por Maria Betânia), Zé Kéti e João das Neves. Suas falas constituem depoimentos sobre a condição de cada um desses cantores, expondo um panorama da produção artística no Brasil e a necessidade de incorporar a arte popular ao mercado.

            Nesse sentido, o nacional-popular representaria um foco de resistência à ditadura militar. Entretanto, no Show Opinião a assimilação do nacional-popular à indústria cultural não é questionada, nem o sistema político-econômico que a embasa – o capitalismo. Paradoxalmente, este foi o modelo de teatro político que ficou para a posteridade, deixando à sombra o socialismo até 1964 defendido de modo tão conseqüente por autores como Gianfrancesco Guarnieri, como o próprio Vianinha e Augusto Boal.