quinta-feira, 21 de julho de 2011

O Poeta e a Matemática


Poetas costumam sonhar.

Eu quase nunca sonho.

No livro dos horóscopos

Meu ascendente

Prefere a forma,

Ao conteúdo.



Os poetas, entre poucos amigos,

Preferem escrever 1 livro,

Ao invés de questionar.



Na utopia de minhas palavras,

Fiquei com a geometria,

Ao invés da matemática.

E na burocracia do meu olhar,

A inspiração é uma mentira.

E a poesia perdia +1 filho.



Voltando para casa,

(Pelo conforto).

(E não pelo consenso).

Não foram contados os passos.

Como é fácil voltar para casa...

Quando a ½ passo tenho a sensação:



De ter 1 olho na platéia

E outro no horizonte

- 1 papel colorido –



Pego-o com o dedos suas cabeças

E faço com elas um risco no infinito.

Nesse quadro colorido

Existem conflitos!

Que com a borracha

Não se pode apagar.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Sem título

Saudade?


Tenho de casa

Do cheiro da brasa

Dos perfumes químicos

Do palito, do oratório

E do fósforo.

Só não posso ter a saudade

Da fome

Frente a ela

Toda a vaidade

(E a geladeira)

É desmistificada.

domingo, 17 de julho de 2011

Café de/para meia: Mais do/ou mesmo?

Café de/para meia: Mais do/ou mesmo?


Porque não lançar livro? O Fato.

Não sou um artista! Não seria de outra maneira se não essa para começar este texto. No sábado à noite (tempo suficiente) cancelei minha participação (antes de confirmá-la) de mais um café para meia, por dois motivos: primeiro que não havia tempo suficiente para este preparar um lançamento de livro, este que depois de 1 ano, não poderia ser apresentado ao público pela pressa de alguns. Segundo que já foi me solicitado poemas para exposição no “não espaço literário” e me encontrei com uma caixa pendurada no teto cheio de papel contendo contos em letras do tamanho bíblicas de um ou dois autores, este papeis tinham a pretensão de serem num formato FANZINE, porém seja pela pressa ou pelo não conhecimento da técnica, fizeram algo que, no meu ver, mais degrada a arte literário do que algo que podíamos chamar de intervenção.

Bom, quem não está muito a fim de se socializar e não tem “ilustres” amigos ao seu redor o café para meia se torna um espaço lúdico-didático-pedagogico, pouco criativo e sem originalidade alguma, um role alternativo em um espaço underground, o mais do mesmo. Ou seria uma confraternização para “meia dúzia” de pessoas que para decorar suas apresentações teatrais herméticas e exagerada/mente Cult buscam criar um clima que aguce a sensibilidade dos mais leigos e façam sentir o agradável “desconforto” que o espaço propicia, fora o café e as delicias do bar, o que se busca ali é aprender com as oficinas e invenções “dês-criativas” ?

Não sou poeta de espetáculos, e não será no chão ou ao som da cansada voz feminina que toca naquele espaço (que é a mesma todos as terça) que vou recitar meus poemas e contar um pouco do meu trabalho de maneira espontânea e desconfortável, não sou artista de palco nem de chão - as moscas são diferentes, mas o cheiro do coco é o mesmo .

POESIA JÁ - foi sempre essa minha reivindicação, nada ali inspira e o que transpira são os olhos cansados de quem olha para não chorar, porque a salada de frutas que de tanto leite condensado apagou o gosto das frutas, e é essa sensação única e triste que tive no último café.

Das quatro participações levei o livro em todas elas na espera de encontrar uma oportunidade para apresentar ao público o que saiu de mim além da merda, um livro de poemas e um manifesto, que pelo conhecido modo alternativo de produção foi obrigado ficar em banho Maria por mais de um ano.

Acredito ainda na sua apresentação e será em breve, para aqueles que foram ao café na ultima terça esperando poesia, só lamento em dizer que não é lá que vão encontrar com a mãe das artes, e que o “Tudo do Nada:” - não se esqueçam dos dois pontos (:) – estará em breve disponível on-line, recitado, enquadrado e em livro para os interessados.







Para sepultar este texto um micro-poema:



MEIArte

Qual é o sabor da merda?

Eu nunca experimentei

Mas tenho q experimentar

ET q vai ao espaço

Ñ deve contrariar

Chupa-Cabra Lobisomem

É animal em extinção

Quanto + excêntrico

Tornou-se o homem

Menor foi sua sensação

D estar aqui na TERRA

Porque só no espaço suas idéias

São de ½ tigela de merda.



Leandro Custódio

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Alguma poesia

Minha vida é um trem


Sem as possibilidades,

Sem conselho e sem direção.

Minha bandeira,

Que hasteio no vagão,

Simboliza a falta de sentido

A negação da negação.



Se eu pudesse recuar

Andar sobre destinos

Dispensaria os trilhos

Que me impedem de parar.



Mas como tudo chega ao fim

O meu a de chegar,

- Um passado já escrito -

Tenho um só objetivo

E dele que vou me afastar.