quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

FESTIVAL DE XADREZ “LANCE EXCLAMA

FESTIVAL DE XADREZ

“LANCE EXCLAMA”


Objetivo: Fomentar o Xadrez na Cidade de Marília e Região, aproximando-o da arte e da política. Construído pelo Marília Xadrez Clube e pelos Agentes Jovens de Cultura o festival de xadrez “lance exclama” acontece num momento de efervescência cultural que a cidade atualmente atravessa. Por isso convidados os ativistas culturais, artistas e enxadristas a participarem e se agregarem a este evento ilustre em comemoração ao 57º aniversário do Marília Xadrez Clube.

Data: 11 e 12 de Dezembro (Sábado e Domingo)

Local: Marília Xadrez Clube (Avenida Santo Antonio, 761 – Centro).

Contato: mariliaxadrezclube@yahoo.com.br

+ Informações: mariliaxadrezclube.blogspot.com;

CRONOGRAMA:


DIA 11 (SÁBADO)

14H – ABERTURA.

! EXPOSIÇÃO “CHATURANGA” DE FOTOGRAFIA.

! XADREZ ECOLOGICO.

15H - XADREZ HUMANO.

! ABERTO PARA 32 PARTICIPANTES.

16H – AULA ABERTA.

! ATAQUE DO FEGATELO.

! ABERTO PARA 20 PARTICIPANTES.

17H às 22H – MOSTRA MARGINAL D CINEMA

“XADREZ AS ESCURAS”.

! 30 LUGARES.

19H – DESAFIO XADREZ A CEGAS

! ABERTO PARA 2 PARTICIPANTES.

20H – NOITE CULTURAL

“CRACK EM XEQUE”.

! DIVERSAS APRESENTAÇÕES CULTURAIS.

! ABERTO PARA TODOS PARTICIPAR.

! INSCRIÇÕES NA HORA OU POR EMAIL.

DIA 12 (DOMINGO)

09H – SOLENIDADE (PREMIAÇÃO).

! II COPA MARÍLIA DE XADREZ.

! TROFEU E MEDELHA PARA OS CAMPEÕES.

10H – V ABERTO MARÍLIENSE

DE XADREZ RELAMPAGO

! R$ 5,00 INSCRIÇÃO (NA HORA)

! SE TIVER, POR FAVOR, TRAZER PEÇA E RELOGIO.

! 5MINUTOS; 9 RODADAS./ PREMIAÇÃO EM $$

12H – SIMULTANEA COM O GM (GRANDE MESTRE DE XSDREZ) FELIPE EL´ DEBS.

! 20 PARTICIPANTES

! GRATUITO, INSCRIÇÕES NO DIA.

15H – ANIVERSÁRIO DE 57º

DO MARÍLIA XADREZ CLUBE.

! CHURRASCO COMUNITÁRIO.

! R$ 10 POR CABEÇA.

REALIZAÇÃO:

Marília Xadrez Clube / Agente Jovem de Cultura

APOIO: Secretaria de Cultura/ Conselho de Cultura/ PJ Pastoral da Juventude/ CUCA / ELAM.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Leia o Regulamento das mostras artísticas e científica da 7ª Bienal da UNE

Leia o Regulamento das mostras artísticas e científica da 7ª Bienal da UNE

1. Estão abertas as inscrições para a seleção de trabalhos para as Mostras Artísticas e Científica a serem apresentados na 7ª Bienal da União Nacional dos Estudantes, que será realizada entre os dias 18 e 23 de janeiro de 2011, na cidade do Rio de Janeiro – RJ. As propostas poderão ser enviadas entre os dias 25/10/2010 e 30/11/2010. As inscrições serão efetuadas mediante preenchimento do formulário disponível no portal http://www.une.org.br. Poderá inscrever-se toda pessoa ou coletivo, com destaque para jovens e estudantes, que atendam às condições deste regulamento.

2. A organização do evento garantirá aos trabalhos selecionados: a) Pró-labore nas seguintes áreas (12º.a.b.c.d.e.h), a título de prêmio aos seus autores. A organização do evento se resguarda o direito de aferir o valor simbólico do prêmio. b) A hospedagem do(s) selecionado(s), caso haja necessidade, que será feita junto ao alojamento reservado exclusivamente aos participantes da Mostra Artística. c) Disponibilidade de estrutura necessária para realização da atividade selecionada.

3. Os trabalhos que não dispuserem de suporte digital e/ou demais materiais físicos solicitados deverão ser enviados via correio, endereçado à apoiadora do evento, a Coordenadoria de Juventude do Município do Rio de Janeiro, localizada na Praça Pio X, 119 - 11º andar - Centro – Rio de Janeiro – RJ - CEP: 20040-020. Os materiais enviados para julgamento não serão devolvidos. Não serão aceitas inscrições fora do prazo (valendo a data de postagem – 30/11/2010).

4. Havendo menores de idade no grupo é indispensável a declaração do responsável autorizando a participação no evento.

5. O selecionado dará autorização à edição, publicação e gravação do seu trabalho que tenha por objetivo apresentar os resultados da 7ª Bienal de Cultura da UNE. Os autores selecionados deverão fornecer documento disponibilizando o material sob a licença Creative Commons. http://creativecommons.org/license/?lang=pt

6. Cada autor poderá inscrever, no máximo, 3 (três) trabalhos de sua autoria em cada categoria.

7. Os inscritos e selecionados autorizam a UNE a divulgar as fotos e os trabalhos em jornais, revistas, canais de TV e outras mídias.

8. Todos os participantes que tiverem trabalhos apresentados receberão certificado de participação à 7ª Bienal da UNE e estarão isentos do pagamento da taxa de inscrição. Posteriormente será disponibilizado um catálogo digital de coletânea das Mostras Artísticas e Científica da 7ª Bienal da UNE.

9. A Coordenação da 7ª Bienal da UNE se reserva o direito de selecionar trabalhos participantes de outros festivais.

10. Será de responsabilidade exclusiva dos inscritos a veracidade das informações fornecidas à organização do evento.

11. Fica vetada a inscrição de trabalhos por pessoas que, de forma direta ou indireta, prestem serviços profissionais a UNE.

12. As Mostras Artísticas e Científica da 7ª Bienal da UNE são compostas pelas seguintes atividades:
a. Mostra de música;
b. Mostra de artes cênicas;
c. Mostra de audiovisual;
d. Mostra de artes visuais;
e. Mostra literária;
f. Mostra de ciência e tecnologia;
g. Atividades autogestionadas;
h. Mostra CUCA da UNE.

Parágrafo único: Trabalhos que envolvam de forma integrada duas ou mais áreas acima citadas devem se enquadrar na opção ARTES INTEGRADAS no ato de sua inscrição.

A. MÚSICA
a1. A Mostra de Música selecionará, no máximo, 10 (dez) trabalhos.
a2. A organização do evento fornecerá toda a infra-estrutura para a apresentação das canções/bandas, cabendo a cada autor com trabalho selecionado utilizar apenas seus próprios instrumentos (exceto bateria).

B. ARTES CÊNICAS
b1. A Mostra de Artes Cênicas selecionará, no máximo, 10 (dez) trabalhos, entre Dança, Teatro, Circo ou qualquer outra atividade cênica, seja ela de palco ou de rua.
b2. Os cenários, figurinos e demais elementos utilizados em cena são de responsabilidade das companhias.
b3. Material para inscrição : 1 DVD, com a apresentação do espetáculo ou ensaio geral; sinopse do trabalho (no máximo em duas laudas); relação do elenco; 1 cópia do portfólio (histórico) do grupo.

C. AUDIOVISUAL
c1. A Mostra de Audiovisual selecionará, no máximo, 20 produtos audiovisuais e dará preferência a curta metragens de até 10 minutos de duração.
c2. Material para inscrição: 2 (duas) cópias do trabalho no formato DVD; ficha técnica contendo: título, nome do diretor, local de produção, duração da obra e descrição de até duas linhas sobre o trabalho inscrito.

D. ARTES VISUAIS
d1. A mostra de Artes Visuais selecionará, no máximo, 20 trabalhos.
d2. A Mostra de Artes Visuais será composta das seguintes categorias: pintura, escultura, fotografia, desenho, gravura, artes gráficas, objeto, instalação, performance, vídeo e intervenção urbana.
d3. Material para inscrição: 1 reprodução do trabalho, impressa em papel fotográfico no formato 15x21 ou fotocópia ou gravada em CD-ROM neste caso com resolução 300 dpi e no formato JPG; 1 reprodução do trabalho em DVD (para performance, intervenção urbana e vídeo) ; Nome da obra (se houver); Valor da obra em reais. Resumo do processo criativo desenvolvido no trabalho para a concepção e a execução da obra (no máximo 1 lauda); Técnica empregada.

E. LITERATURA
e1. A Mostra Literária selecionará, no máximo, 20 (vinte) trabalhos.
e2. A Mostra Literária abrangerá as seguintes categorias: conto, poesia, crônica e dramaturgia.
e3. Os textos da categoria Conto deverão ter, no máximo, 10 (dez) laudas; Poesia e Crônica, 3(três) laudas; e Dramaturgia, 40 (quarenta) laudas. Entende-se por lauda o texto equivalente a 20 linhas com 70 (setenta) toques ou 1400 (mil e quatrocentos) caracteres.

F. CIÊNCIA E TECNOLOGIA
f1. A Mostra de Ciência e Tecnologia selecionará, no máximo, 200 trabalhos na modalidade oral e 50 pôsteres.
f2. Os trabalhos orais serão apresentados em grupo multidisciplinares e cada autor terá 20 minutos para sua explanação. Não será permitida a apresentação dos trabalhos orais por terceiros (não autores). Os pôsteres serão expostos ao longo das instalações da Bienal.
f3. Os resumos deverão seguir as normas estabelecidas pela ANPG.
http://www.sbpcnet.org.br/livro/60ra/resumos/listaresumos.htm
salaonacional.org.br/salao/index.php?canal=regulamento
f4. É de inteira responsabilidade dos expositores a confecção de seu pôster nas seguintes dimensões: 0,90m de largura por 1,00m de altura.

G. ATIVIDADES AUTOGESTIONADAS;
g1. As atividades autogestionadas integram a programação da 7ª Bienal da UNE e podem ser oficinas, seminários, conferências, testemunhos, marchas, entre outros, e são espaços de intercâmbio, reflexão e elaboração de visões sobre a arte e cultura em geral.
g2. Nas atividades autogestionadas, o(s) proponente(s) tem inteira responsabilidade na definição de seu formato, nomes de eventuais palestrantes, e outras necessidades. A coordenação da 7ª Bienal visa garantir a infraestrutura básica, como o local para a realização da atividade, e se responsabiliza pela divulgação na programação do evento.

H. MOSTRA CUCA da UNE;
h1. Os Centros Universitários de Cultura e Arte da UNE são espaços de produção e articulação universitária. A mostra CUCA da UNE visa contemplar manifestações culturais e artísticas desenvolvidas pela rede CUCA da UNE, seus parceiros e co-realizadores.
13. Qualquer caso omisso nesse regulamento será decidido pela Coordenação Geral da 7ª Bienal da UNE.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

7ª Bienal da UNE - Arte, Cultura e Ciência


INTERESSADOS EM IR, DEIXO MEU CONTATOS:

16 - 81378437
leandrocustodio1203@hotmail.com

ESTAMOS ORGANIZANDO UMA CARAVANA COM ARTISTAS, UNIVERSITARIOS, SEGUNDARISTAS , TODOS, COM TODOS QUE QUEIRAM PARTICIPAR E CONHECER A BIENAL.

TEMA: SAMBA

PRAZO DE ENTREGA DE TRABALHO: 30/11/2010*

* Estou responsavel junto com mais alguns amigos para recolher trabalhos e enviar via correio (sem custo para o artista) seu trabalho cultura ou cientifico, podendo ser ou não dentro do tema.

PACOTE:

2X DE R$150,00
1ª 10/12/10
2ª 10/01/11

O PACOTE INCLUI: CREDENCIAMENTO + ONIBUS MARÍLIA-RJ RJ MARÍLIA + ALOJAMENTO + TRANSPORTE DO ALOJAMENTO PARA BIENAL.

SAIDA DO ONIBUS DIA 13/01/2011, COM HORA A DEFINIR.

QUALQUER DÚVIDA É SÓ ENTRAR EM CONTATO.

P.S: os trabalhos selecionados pela comissão da 7ª bienal terão onibus, alojamento e credenciamento gratuito + prolapore (cache, ajuda de custo)

sábado, 13 de novembro de 2010



Qualquer dúvida deixe seu comentário.
Para um melhor contato deixe tbm seu email e telefone q entraremos em contato.

Vamos lá Galera é o momento de mostrarmos a qualidade dos artistas marilienses para povo brasileiro.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

As várias faces da (web) poesia. (O uso da internet pelos novos poetas entra na reflexão sobre o gênero)

Raquel Cozer - O Estado de S. Paulo

Questão inimaginável para gerações anteriores da poesia, o arquivamento da produção espalhada por sites, blogs e redes sociais hoje merece reflexão. Afinal, na década em que os diários virtuais se popularizaram no Brasil, boa parte dos versos disponibilizados online nunca chegou ao papel - um dos motivos pelos quais é tão pouco estudada a poesia feita na última década. "Torna-se difícil mapear a produção ciberpoética se não tivermos uma estratégia de preservação para arquivar o material que existe na internet", diz o cearense Aquiles Alencar Brayner, curador do acervo latino-americano da British Library, no Reino Unido. Prestes a concluir mestrado sobre arquivos digitais, Brayner dará palestra a respeito na terceira edição do Simpoesia, encontro internacional que acontece do próximo dia 5 ao 7 na Casa das Rosas, em São Paulo.

Divulgação
Divulgação
Poema de Marcelo Sahea

Veja também:

linkLeia mais poemas

O evento é apenas um dos sinais da atenção para este cenário num momento em que os e-readers começam a chegar a País, trazendo possibilidades de experimentação - assim como a literatura infantil, a poesia é um dos gêneros que mais têm a se beneficiar com as novas tecnologias. Nos dias 13 e 14, o festival literário Artimanhas Poéticas, no Rio - que incluirá apresentações de videopoesia e performances - levantará o debate A Poesia Escrita em Outras Esferas, com a estudiosa Heloísa Buarque de Holanda, organizadora da Enter Antologia Digital, e os poetas Gabriela Marcondes e André Vallias.

O encontro com a tecnologia é um fenômeno muito anterior à internet, embora tenha encontrado nela seu meio mais propício. O recém-lançado Poesia Digital - Teoria, História, Antologias (Fapesp/Navegar, R$ 30, 80 págs. + DVD), fruto de mapeamento realizado por Jorge Luiz Antonio, pós-doutorando no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp, volta mais de 50 anos no tempo para encontrar as origens da poesia eletrônica. A primeira experiência do gênero, segundo o autor, foi publicada em 1959 pelo alemão Theo Lutz. Chamada Stochastische Texte, pegava as cem primeiras palavras de O Castelo, de Kafka, e criava novos textos a partir delas, usando um programa de computador que produzia frases na estrutura do idioma alemão. "Estava ali a origem dessa produção que tem forte relação com a arte, com o design e com a tecnologia, e que é um desdobramento das poesias de vanguarda, visual, concreta, experimental", diz Antonio.

A poesia que se encontra na internet hoje divide-se em pelo menos dois grandes grupos, embora eles não raro se confundam. "De um lado estão os herdeiros do concretismo, que ampliaram propostas idealizadas pelos irmãos Haroldo e Augusto de Campos e por Décio Pignatari", diz Antônio Vicente Pietroforte, professor de letras, semiótica e linguística da USP (Augusto de Campos, por sinal, teve o primeiro contato com um Macintosh em 1984). "Outra vertente, que usa a rede mais como ambiente de difusão, tende a uma abordagem mais coloquial, influenciada pela música pop, pelos beats, pelos poetas marginais e pela literatura periférica."

É nesse segundo grupo que está a maior parte da atual produção de poesia online no País - que, mesmo sendo tão ampla, permite o reconhecimento de alguns poetas, em especial ligados aos eventos literários. Caso da curadora do Simpoesia, Virna Teixeira, que estreou em 2004 o blog Papel de Rascunho (papelderascunho.net). Embora já tivesse sido publicada, foi depois da investida virtual que ficou mais conhecida pelo empenho em difundir a poesia e a tradução - ela comanda hoje um selo artesanal, o Arqueria Editorial. No blog, que recebe média de 200 visitas por dia, publica poemas próprios, mas também trabalhos de outros autores, imagens, frases e áudios, "como se fossem recortes". "Hoje é mais fácil ter um livro editado, mas as casas tradicionais ainda resistem a lançar poesia. Quem faz isso são as pequenas, que têm distribuição limitada. A internet revelou um número de leitores muito maior do que se podia supor."

A paulistana Adriana Zapparoli estreou o blog zênite (zeniteblog.zip.net), em 2004, três anos antes de publicar o primeiro livro, A Flor-da-Abissínia (Lumme). "Coloco lá textos referenciais de intenções líricas. Muitas das minhas publicações em revistas literárias impressas ou online são sugestões vindas da leitura do conteúdo do blog", diz. O uso da tecnologia como linguagem, afirma, não lhe interessa. "Já me aventurei em recursos do gênero, mas prefiro a sensação perene da impressão, a coisa do papel. Gosto da textura, das cores, quase que um quadro", diz. Vantagem maior da internet, para ela, é conhecer de perto o trabalho de poetas de outros países, algo hoje muito mais fácil do que foi para gerações passadas - a paulistana Ana Rusche, por exemplo, que organiza em São Paulo o evento literário Flap! e edita o blog Contrabandistas de Peluche (www.anarusche.com), chegou a ter livro publicado no México por conta de contatos feitos online. Experiência similar, mas dentro mesmo do País, viveu o poeta e tradutor Cláudio Daniel, editor da revista Zunái (www.revistazunai.com), uma das principais referências de poesia na internet. "Tenho 48 anos, mas só fui conhecer poetas da minha geração, como Frederico Barbosa e Arnaldo Antunes, pela rede. Foi só então que nossa geração passou a conversar e organizar revistas."

Recursos. Jorge Luiz Antonio lembra que mesmo a poesia focada no verbal sofre interferência dos meios tecnológicos. "Até a temática acaba influenciada pelas tecnologias, numa espécie de metalinguagem", argumenta. Mas é entre os herdeiros dos concretistas que isso se destaca mais - em seu primeiro livro, Movimento Perpétuo, de 2002, o carioca Márcio André (www.marcioandre.com) chegou a usar códigos de HTML, com suas barras e tags, em meio aos versos, como conteúdo do texto.

André Vallias, editor da Errática (www.erratica.com), foi um dos pioneiros no Brasil no uso de computador em poesia - no início dos anos 90, quando os PCs ainda eram peça rara no Brasil, o jovem formado em direito teve contato, na Alemanha, com tecnologias que não existiam por aqui. "Nunca quis fazer poesia simplesmente escrita", diz. Naquele momento, a divulgação era feita apenas por CD-ROM, limitação superada com a internet.

O interesse em explorar as possibilidades da web - em 1995, já produzia trabalhos em flash, com animação e áudio - o levou também a questionar o formato de revistas literárias online. "Muita gente fazia revista de poesia na internet, mas com o mesmo padrão da revista impressa. Ou seja, acumula uma série de trabalhos e faz por edição, a cada dois meses. Achava que essa limitação era inadequada", conta. Fez da Errática uma espécie de blog com visual de site, tomando como base a revista Artéria - criada em 1975, com diferentes formatos a cada edição, chegou até a sair no formato de uma sacola, com os poemas de diferentes proporções dentro. "Aquela década foi muito fértil, com publicações impressas que superavam dificuldades. A Errática aplicou esse mesmo princípio na internet, sem obrigar cada trabalho a ter o mesmo padrão", conta. Na última quarta-feira, entrou no ar a 101ª colaboração, um videopoema da carioca Gabriela Marcondes feito a partir de fragmentos de poesias de nomes como Cruz e Sousa, Florbela Espanca e Machado de Assis.

Performance. Assim como Vallias, o carioca Marcelo Sahea (www.sahea.net) dedica boa parte de seu trabalho à performance - uma espécie de caminho natural para o poeta que antecipa tendências e engloba gêneros. Autor de um e-book lançado em 2001, quando nem se falava no assunto, e que teve à época 15 mil downloads (no formato tradicional de PDF), hoje ele prefere apresentar sua poesia sonora ao vivo. Na avaliação de Vallias, essa tendência deriva das possibilidades virtuais - ler um poema ao mesmo tempo em que se ouve a voz do poeta, por exemplo. "A rede liberou a poesia da literatura. Há uma falsa impressão de que a poesia pertence à literatura, mas, na maior parte das culturas, a poesia oral é a fonte de perpetuação de mitos", diz.

Uma entre os poucos estudiosos da poesia digital no Brasil, Heloisa Buarque de Holanda avalia que a crítica faz "pouco caso" das novas linguagens. "Como se vê mais quantidade que qualidade, imagina-se que não tem profundidade", diz. Em 1998, o poeta e antropólogo Antônio Risério fez um estudo pioneiro desse trabalho, o Ensaio Sobre o Texto Poético em Tempo Digital. Doze anos depois, ele admite ter conhecido muito pouco "realmente digno de interesse". "A maioria se senta diante do computador como se estivesse diante do papel e da velha máquina de escrever. Não se entrega ao novo meio. Os que fazem isso, como Arnaldo Antunes e André Vallias, vêm de antes da existência de blogs e revistas eletrônicas", diz.

Intercâmbio e tradução para entender a poesia

Em sua terceira edição, o Simpoesia - que acontece de 5 a 7/11 na Casa das Rosas - terá como destaques a tradução, o intercâmbio entre poetas estrangeiros e de vários Estados do Brasil, a discussão sobre a poesia na universidade e a produção digital. O escritor Wilson Bueno, morto em maio deste ano, será homenageado com a presença da premiada poeta e tradutora canadense Erin Moure - o maior nome do evento -, responsável por verter para o inglês textos em portunhol (misto de português, espanhol e guarani) do paranaense. Outros convidados estrangeiros são Bruce Andrews, fundador e coeditor do jornal de vanguarda L=A=N=G=U=A=G=E, e o holandês Arjen Duinker - que, assim como Erin, tem ligação com a língua portuguesa. "Quisemos manter a proposta de encontro internacional, que já havíamos testado no ano passado, mas o foco varia de ano a ano, Neste, quis chamar mais mulheres. Haverá, por exemplo, um recital com cinco tradutoras, o que também aproxima a universidade", diz Virna Teixeira, curadora do Simpoesia. De outros Estados, participarão nomes como o paraense Nilson Oliveira, da revista Polichinello, e a editora, jornalista e poeta Marize Castro, do Rio Grande do Norte.




domingo, 24 de outubro de 2010

Na Prática a Teoria é Outra

Para você, que não votou na Dilma.*



Você não votou na Dilma no primeiro turno. Também não pretende votar nela no segundo turno. Não apenas você não vai votar nela, como você tem alertado sobre os perigos de se votar na candidata petista. Você tem suas razões para achar que o voto em Dilma não é o melhor para o Brasil.

Eu não penso como você. Entendo que o melhor voto para o Brasil é o voto em Dilma Roussef, e não em José Serra.

A principal razão que, no meu ponto de vista, justifica o voto em Dilma não é uma única razão. Na verdade, são 53 milhões de razões: entre 2003 e 2008, foram 21 milhões de brasileiros que deixaram a miséria e outros 32 milhões que ascenderam à classe média. Os números dos que chegaram à classe média correspondem mais ou menos ao total de torcedores do Flamengo, e os que saíram da pobreza correspondem aproximadamente à torcida do Corinthians. É isso mesmo: o número de brasileiros que melhoraram de vida na Era Lula é um pouco menor que a soma das torcidas do Flamengo e do Corinthians. A pobreza extrema no país foi reduzida à metade nos anos Lula. Esse salto não se deveu apenas ao bom momento econômico. Isso é fruto de medidas específicas do Governo Federal, tais como o Bolsa Família e o Bolsa Escola.

Você chama esses programas de assistencialistas, de demagogia paternalista. Na sua concepção liberal de “Estado mínimo”, esses programas não têm justificativa. Mas os países socialmente mais justos foram aqueles em que o Estado assumiu um papel ativo na promoção do bem estar social. Você condena os programas brasileiros, mas, quando vem à Europa, se embasbaca dizendo que a Suécia ou a Dinamarca é que são países “de verdade”, pois se importam com seus cidadãos. Os programas sociais brasileiros são irrisórios se comparados aos de países da Europa ocidental. Por que você etiqueta os programas assistencialistas suecos de “justos” e os brasileiros de “demagógicos”? O número de programas de suporte social de um país como a França é muito superior ao do Brasil. Para você ter uma ideia, aqui eu recebo uma ajuda de moradia, fornecida pelo governo francês a todo estudante que paga aluguel, seja ele francês ou não. Isso custa uma grana preta aos cofres franceses. Certa vez, comentei com um colega no trabalho que recebia essa ajuda. Nunca vou me esquecer do que ele falou: “Puxa, nem sabia que isso existia aqui na França. Sou classe média, não preciso desse auxílio, mas fico feliz de saber que os impostos que eu pago servem para ajudar estudantes como você”. Isso é civismo. É impensável ouvir isso da classe média brasileira, notória pelo seu acivismo. O que se ouve deles é que “a classe média é explorada”.

Você deveria é ficar feliz de saber que parte de seus impostos são destinados a ajudar os brasileiros que podem menos. Votar em Dilma é votar na continuidade desses programas. É a garantia de que mais compatriotas irão melhorar de vida. Ou você acha que vai manter esses programas um cara cujo vice propôs punir quem dá esmolas e que chamou o Pronasci de “bolsa-bandido”? Um cara cuja esposa chamou o Bolsa Família de “bolsa vagabundagem”? Você acha que esse senhor tem capacidade de diálogo com os mais desprovidos? Um cara que diz não entender os sotaques de goianos, mineiros e pernambucanos? Um cara que, como bem observou Idelber Avelar, inventou a favela de plástico? Um cara que diz para uma eleitora na favela, “Não posso conversar agora. A senhora não poderia me mandar um fax?”? Esse senhor não demonstra ter canais de comunicação com os pobres. Serra diz que vai manter os programas sociais. Só que eu não confio no que Serra diz. Aliás, não confio sequer no compromisso que ele assume por escrito em cartório.

Foi sob o Governo Lula que a economia brasileira conheceu um período de crescimento expressivo, inclusive durante a crise mundial. Conheço seu argumento: “Lula continuou o que FHC fez”. Só que o próprio FHC reconheceu recentemente que a gestão econômica do PT tem méritos próprios. Insistir na tese de que tudo de bom da economia brasileira não tem sequer uma contribuição da equipe econômica de Lula, mas apenas de FHC e do Plano Real, tem tanto sentido quanto dizer que a pujança da indústria automobilística brasileira nos dias atuais é mérito de apenas um homem: JK.

Não foi apenas no plano econômico que a gestão Lula foi primorosa. Há que se destacar a revitalização do sistema universitário público. Comparar a gestão Lula com Paulo Renato é como comparar o Barcelona ao Madureira. Foi nos anos FHC que o ensino superior privado conheceu fulgurante expansão – na maior parte das vezes, sem a contrapartida da qualidade –, rifando vagas universitárias a megagrupos empresariais. Ao mesmo tempo, as universidades federais entraram em processo de sucateamento: Paulo Renato cortou verbas, restringiu concursos para professores e funcionários, priorizou a expansão do ensino privado, não promoveu uma política de assistência estudantil. Fiz o curso médico na UFMG durante os anos FHC. O descaso governamental provocava greves recorrentes (a de 1998 foi marcante) e provocou inclusive o fechamento do Hospital das Clínicas da UFMG, pelo simples motivo de que a verba federal não era repassada: centenas e centenas de alunos, além de milhares de pacientes carentes, sofreram com o fechamento do hospital. Hoje, o campus da UFMG tem outra cara: prédios novos e modernos foram inaugurados (Economia, Farmácia, Odontologia, Engenharia).

A Cynthia Semíramis concorda comigo. Lula investiu no ensino superior: criou 14 universidades federais e outras dezenas e dezenas de escolas técnicas, muitas delas em regiões menos desenvolvidas do país. Foi a política de Lula que permitiu a criação, por exemplo, do Instituto de Neurociências de Natal, que já está aí, repatriando pesquisadores e fazendo pesquisa em alto nível. Cargos docentes foram criados e a carreira universitária foi valorizada, em flagrante contraste com a ativa promoção da penúria que marcou a gestão Paulo Renato. Tudo isso propiciou que os mestres e doutores formados no Brasil ocupassem cargos na universidade brasileira, evitando o brain drain que por tantos anos sangrou a academia brasileira.

O salto na pesquisa brasileira desde a eleição de Lula é bastante expressivo. Em 2003, os investimentos em ciência e tecnologia foram de 21,4 bilhões de reais; em 2008, já atingiam R$ 43,1 bilhões. Paralelamente, houve notável aumento da produtividade científica brasileira: as publicações em peer-review journals saltaram de 14.237 em 2003 para 30.415 em 2008. Subimos da 17ª posição no ranking da SCImago, em 2000, para a 14ª, em 2008. Passamos países com maior tradição de pesquisa, como a Suíça e a Rússia. A política de pesquisa do Governo Lula foi elogiada inclusive pela Nature, uma das revistas científicas mais importantes do mundo (aí, Tio Rei, coloque mais essa na lista do jornalismo chapa-branca). Eu não voto em José Serra porque não quero que a universidade e a pesquisa brasileiras sejam sucateadas novamente. Não merecemos outro Paulo Renato.

Você diz que o governo do PT é anti-democrático, que ele coíbe a liberdade de expressão e que ele ameaça a liberdade de imprensa. Você acha que o PSDB representa uma proposta democrática. Discordo nos dois pontos. Houve declarações atrapalhadas do governo no que diz respeito à imprensa, e não aprovo a atitude de Lula no episódio Larry Rother. Mas daí a dizer que governo do PT é anti-democrático e que cerceia a liberdade de imprensa vai uma distância muito grande. Nem mesmo FHC sustenta que o Lula é stalinista – só aloprados como Olavão e o Tio Rei é que alimentam besteiras assim. Se, como você diz, o PT censura a imprensa a seu favor e coloca um monte de jornalista chapa-branca nas redações de todo o país, olha, então o PT tem que aprimorar seus métodos. Dê uma olhada nas últimas capas da revista semanal de maior circulação do país, ligue a TV no principal canal, ou visite um dos blogs políticos mais acessados e veja (ops!) se há algum indício de que o PT tolhe quem fala mal dele e quem aponta as lambanças do partido. Aí você diz que, no governo Lula, tentou-se criar o Conselho Nacional de Jornalismo e que isso era uma tentativa ditatorial de controlar a liberdade de imprensa. Se isso é ditadura, sua lista de governos anti-democráticos deve incluir também países em que o Conselho já existe, como a França e a Inglaterra, como bem lembra Jânio de Freitas. Você critica a TV Brasil, dizendo que o governo não tem que manter canal de TV. Diga isso a um francês. Ele vai lhe dizer que na França não existe um canal de TV nacional que seja público. Existem cinco.

Eu também li o editorial do Estadão, dizendo que Dilma é “o mal a evitar”, por representar uma ameaça à democracia e à liberdade de imprensa. Você achou bonita essa defesa do “Estado de Direito”, né? Por que oEstadão nunca fez um editorial como esse quando o Brasil efetivamente vivia sob uma ditadura, nos anos de chumbo? Por que, dias depois desse editorial, esse mesmo órgão que se põe como baluarte da democracia plural demitiu sumariamente uma colunista que apoiou o Bolsa Família?

E será que o PSDB é tão comprometido assim com a democracia constitucional e com a liberdade de expressão? E os arapongas da Abin na gestão FHC? De qual partido é Eduardo Azeredo, que propôs uma lei de controle da internet que é carinhosamente chamada de AI-5 digital? De qual partido é Yeda Crusius, que mobilizou a PM gaúcha para espionar uma deputada de oposição, inclusive suas crianças (via Idelber)? De qual partido é Beto Richa, que censurou sete pesquisas eleitorais, um blog e até um twitter? E o que dizer do Serra, que telefonou a Gilmar Mendes para que ele tomasse a decisão que o PSDB preferia, no que diz respeito aos documentos necessários à votação? Isso é respeito às instituições democráticas?

Você reprova a política externa do Lula, dizendo que ele desonra a democracia brasileira, privilegiando o diálogo com regimes fechados e ditatoriais. Então me responda: onde estava sua indignação quando FHCcondecorou o ditador peruano Alberto Fujimori com a Ordem do Cruzeiro do Sul?

Você vê com maus olhos as alianças políticas do governo Lula e acha que isso é um argumento forte para não votar no PT. Eu também não gosto do Sarney, do Collor, do Calheiros, do Temer, do Hélio Costa. Preferiria que eles estivessem longe do poder. Mas já passamos da idade de acreditar em purismo ideológico, né? Isso é coisa de adolescente que descobre a política. Fazer política é fazer alianças, muitas das quais difíceis de serem engulidas. Vai me dizer que você gostava de ver o sociólogo da Sorbonne de mãos dadas com o PFL de ACM e cia.? Você gostava de ver o Renan Calheiros como Ministro da Justiça do FHC? Talvez você nem sequer goste do Índio da Costa… Bem vindo à real politik, mon ami.

E sim, você vai me falar da corrupção na gestão petista. É verdade. No que diz respeito ao combate à corrupção o governo Lula não foi virtuoso – longe disso. Houve mesmo bastante corrupção. O mensalão existiu, não foi invenção. Mas, será que a oposição é impoluta e pode mesmo posar de moralmente superiora? Lembra-se do Mensalão Mineiro e do Azeredo? Do Ricardo Sérgio de Oliveira, caixa do alto tucanato, que levou R$ 15 milhões na privatização da Vale? Dos R$ 400.000 a cada deputado que votou a favor da reeleição? E o esquema de corrupção e espionagem, revelado no escândalo dos grampos durante a privatização da Telebrás, envolvendo FHC, o presidente do BNDES (André Lara Resende) e Luiz Carlos Mendonça de Barros(ministro das Comunicações)? E a farra do Proer? E o favorecimento ilícito da Raytheon na instalação do SIVAM ? E a endinheirada relação entre Chico Lopes (ex-presidente do BC) e o banqueiro Salvatore Cacciola?E Eduardo Jorge, assessor pessoal de FHC envolvido em diversas negociatas, inclusive em “caixa dois” para a reeleição de FHC? Por favor, não me venha com essa conversa de que o PSDB não compactua com a corrupção.

Eu vou concordar com você que o Brasil precisa de investimento em infra-estrutura: portos, rodovias, aeroportos. Mas será que o governo que impôs à população brasileira o racionamento de energia é mesmo o mais preparado para conduzir esses avanços em infra-estrutura? Acho que não.

Mas talvez nenhuma dessas questões sobre economia, educação e gestão pública importem para você. Talvez o que mais lhe opõe à candidatura de Dilma Roussef sejam questões religiosas. Pode ser, por exemplo, que você se oponha à política petista em defesa dos direitos civis dos homossexuais. Você chamaisso de “tentativa de implantação de uma ditadura gay no Brasil”. É engraçado ouvir que existe ditadura gay no Brasil das mulheres-fruta, das dançarinas de axé, da erotização infantil, das peladonas do carnaval, das bancas em que pululam revistas masculinas de orientação heterossexual. Fique tranqüilo, essas coisas vão continuar acontecendo e ninguém está propondo instituir o monopólio da G Magazine entre as revistas de entretenimento adulto (fugiremos juntos do Brasil quando isso acontecer, ok?). Estamos falando em estender a uma pequena parcela da população os direitos civis desfrutados pela maioria. Nenhum governo do mundo tem poder para forçar alguém a assumir determinada sexualidade, porque os determinismos neurobiológicos da sexualidade passam ao largo da legislação dos homens – do contrário, eu acharia que os labradores machos lá do sítio da minha família só montam um no outro porque o governo PT apóia a causa homossexual (e eu desconfio que meus labradores não entendem muito bem o que seja o PL 122). A questão aqui é apenas garantir que a expressão de determinado comportamento sexual não seja discriminada. Isso não é forçar a população a ser homossexual, nem calar heterossexuais. O prefeito de Paris é gay, assim como o de Berlime a Primeira Ministra da Islândia. Eu, heterossexual, não sofro por morar em uma cidade governada por um gay.

Aproveitando o tema, permita-me uma pergunta: o que aconteceria se, ao invés de se mobilizarem maciçamente contra o “casamento gay”, os evangélicos se movessem por coisas que importam, como metrôs, ensino público, bons hospitais e punição a corruptos? Por essas e outras, é que indicadores como mortes violentas, saneamento básico e crianças nas escolas são bem melhores em Paris do que em São Gonçalo, cidade do Brasil com maior concentração de evangélicos. A luta contra a miséria e os embates por educação, transporte e hospitais de qualidade não parecem sensibilizar evangélicos – mas se dois marmajos querem juntar escovas de dentes no mesmo copo do banheiro, aí eles entram na briga, né? Essa miopia política acívica atrasa o país. O Brasil seria bem melhor para todos se os evangélicos batalhassem politicamente por coisas que realmente importam – e isso certamente não inclui ajustar o mundo aos estritos códigos comportamentais que defendem.

Há o aborto também. Você está certo: a Dilma é a favor do direito ao aborto (este vídeo é como batom na cueca, não tem o que discutir). Mas preste atenção: estamos tratando de uma eleição presidencial, não de um plebiscito sobre o aborto. E você sabe: o presidente não tem poder para assinar um papel e legalizar o aborto por conta própria, sem aprovação do Congresso, como se estivesse assinando uma ordem para comprar canetas Bic para escolas públicas. A discussão e a legislação sobre aborto são matéria do Congresso, não do presidente. Não misture as coisas. Não entre na onda dos que estão transformando essa eleição em um plebiscito.

O Brasil melhorou muito sob a égide de Lula. A imprensa mundial, dos veículos mais à esquerda aos mais à direita (tá aqui o Figaro que não me deixa mentir), saúda os avanços na Era Lula. Você dirá, com razão, que toda unanimidade é burra. Sim, é verdade. Mas isso não significa que toda forma de discordância seja inteligente. Não é inteligente negar que, nos anos Lula, o Brasil se tornou um país socialmente mais justo e menos desigual. Isso é negar os fatos. E negar os fatos nunca é inteligente.

Você pode até não votar na Dilma, por razões várias. Eu, de minha parte, prefiro apoiar quem tem feito do Brasil um lugar melhor para o maior número possível dos filhos deste solo: os brasileiros.

* Leonardo de Souza é médico formado pela UFMG. Especialista em Neurologia, trabalha desde 2005 no Centro de Doenças Cognitivo-Comportamentais do Hospital da Pitié-Salpétriêre, em Paris. É doutorando em neurociências na Université Paris VI. Este texto foi publicado inicialmente em seu blog: aterceiramargemdosena.opsblog.org.

###

[ATUALIZAÇÃO: O texto foi modificado. Este blogueiro havia citado Eduardo Jorge como exemplo de corrupção no governo FHC. Eduardo Jorge foi, de fato, acusado de inúmeros crimes (inclusive pela própriaVeja). Contudo, foi julgado e inocentado de todas as acusações. O trecho referente a Eduardo Jorge foi riscado. Peço desculpas aos leitores pela informação equivocada. E agradeço ao Zé Costa por ter me informado o erro]

?

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Autopublicação e Revolta de Gutenberg / João Scortecci

"Autopublicação" é a palavra da moda. Mais uma!

Nos anos 70 os escritores que hoje procuram a Autopublicação eram chamados Marginais, depois Independentes. Nos anos 1980 e 90 ganharam o rótulo de Alternativos. Não importa a bandeira ou o cajado, eles existem e se multiplicam no Brasil e no mundo, no que venho chamando de "A Revolta de Gutenberg".

Nos anos 70, do século passado, formavam grupos e se dividiam em pequenos movimentos. Hoje o individualismo é o perfil e a sentença. O marketing pessoal de estilos se sobrepõe ao assunto e à obra.

O fenômeno atinge não só os novos que buscam oportunidades e espaço, mas também aos profissionais liberais (advogados, médicos, professores e outros) que encontram na Autopublicação, excelente ferramenta para alavancar suas carreiras e ganhar dinheiro.

Existe um grande número de escritores que desistiu das editoras comerciais (os motivos são muitos...) e mais do que isso, descobriu que o caminho é outro.

Livros sob demanda e em pequenas tiragens, em muitos casos, proporcionam ao criador de obra intelectual, resultados positivos, e com mais rentabilidade, que o tradicional contrato de publicação com editoras.

A lentidão, a burocracia editorial, os métodos arcaicos de prestação de contas ajudam a sentenciar o modelo tradicional. O mercado está sendo dividido em nichos e o livro ganha espaço como ferramenta de apoio e suporte para todas as atividades profissionais.

A Internet (que parece que foi inventada para o livro) ganha credibilidade e força nos canais de comercialização, mídia e divulgação do produto livro.

O mercado de livros no Brasil e no mundo está agitadíssimo e com muitas novidades tecnológicas. Entretanto, vem sofrendo baixas e ainda não encontrou o equilíbrio para um crescimento sustentável. Está em queda livre e queima ilusões, encalhes e prejuízos. A autopublicação não é a salvação da lavoura e nem vai tirar o pai da guilhotina.

Lá na frente e em breve - acredito nisso - quando a grande mentira das supertiragens, vendas vultosas, resultados milagrosos acabarem, a saúde voltará ao mundo de Gutenberg. Sua revolta não é silenciosa e muito menos pontual.

Quando o Conde de Nassau violou o segredo da cópia libertando os tipos móveis, o fez no bojo do destino, libertando também letras, palavras e escritores.

João Scortecci
jrspscortecci@scortecci.com.br

fonte: http://www.amigosdolivro.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=6594

terça-feira, 19 de outubro de 2010

“História das Histórias em Quadrinhos”


“História das Histórias em Quadrinhos”

Montada pelo especialista Álvaro Moyá, a Exposição "História das Histórias em Quadrinhos", destaca a trajetória dos quadrinhos nacionais & internacionais e apresenta os personagens + famosos entre os colecionadores, e q fizeram história, além d mostrar as fases e sua expansão comercial q, d tiras d jornais, ganhou revistas próprias e muitas outras mercadorias.

Na exposição composta por 18 painéis, o autor relaciona a produção artística d todas as HQs ao contexto histórico q originou sua criação, caracteriza os detalhes d traços e os argumentos usados pelos desenhistas na concepção d seu trabalho.

A exposição “A História da História em Quadrinhos” fez parte da programação da Virada Cultural Paulista 2010 e ficou exposta na Galeria Municipal de Artes, em parceria da Prefeitura Municipal de Marília e Secretaria Municipal da Cultura e Turismo. O CUCA-Marília, no intuito de fazer a exposição chegar aos estudantes, vem realizando uma exposição itinerante q já passou pela UNESP, essa semana está na FATEC e a do dia 25/10 ao dia 05/11 passará pela Univem.

A exposição foi organizada pelo Sisem (Sistema Estadual de Museus), órgão vinculado à Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico da Secretaria de Estado da Cultura.

sábado, 16 de outubro de 2010

04 da manhã

04 da manhã

e vem ao meu entender

a vontad absurda

d

t

v

e

r

agora q o sono está dormindo

nas profundezas da minha razão

posso me cansar d fato

parado

repousando em fotos

psicografadas em dados

o traço do te rosto

mantém-se perfeito

os olhos dos outros

nunca serão medidas

no momento q meus olhos

captar sua beleza

os bytes estão arquivados

em

www

.

orkut

.

com

.

br

estando

ai

ali

ou

aqui


o choque q

desbrava-mente

perfura-crânios

e rasca-língua

ataca a força

sensível

d calar

e ñ dizer

T AMO

Posso eco nomizar

Letras

+

Ñ eco nomizo

Esperança

D viver um grand

Amor

c/ vc

Marina.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

É,LEItor

É,leitor

é,dia
D votar.

ñ sabe pq

ñ sabe o pq

anula,

justicava
ou em
branco

exercendo a cidadania

em + 1 dia d é,leição.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

apresento uma nova poetisa

Acho que encontrei...
Nesses cachos um porto seguro
Para este coração que vagou tanto no obscuro

Anseio por teu cheiro
Por tua voz
Quem dera o tempo fosse mais veloz

Um pedaço de ti
Já existe aqui
Onde há um signo humano
Tu estas dentro de mim pulsando

Sois tão terno
Que para mim serás eterno
Não traço planos e nem defino metas
Só penso em ti meu adorável poeta

Marina Alves.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

twittismo: microstetica do ªb ~urdº

twittismo: microstetica do ªb ~urdº

twittismo: microstetica do ªb ~urdº

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twittismo: microstetica do ªb ~urdº

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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

dita,dura da LEI,tura

I-vªn,guªrdª
nª estªnte
º regime:
" LEI, ª
poesia"
cap. 1,cód. 1º...
- foi se assim sua única regra.


Autor/Twitter: @Poeta_do_Nada

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

MACO_

nã_ tenhu ó
e me falta nha
qer erva _u chá?
crack? (só na b_la)
vira-lata.
a PM
c_m a-mar:
38 e 12
e 1 pist_la pequena.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

CAFÉ Ducélio

CAFÉ Ducélio

Cinema Música Antropologia Prosa Poesia Capoeira Hip Hop Política Teatro Entrada Franca Dança de Rua Canto Coral

Palco libertário Lançamento de Livro Café Propostas DJ.

Idéias do candidato a Deputado Federal CELIO TURINO 6513

Servidor público e Historiador Célio Turino,

Ex-Secretario de Cidadania cultural do Ministério da Cultura.

Lançamento do livro: Pontos de Cultura - O Brasil de baixo pra cima.

Idéias do candidato a Deputado Federal 6513

Local: Marília Xadrez Clube (av. Santo Antônio, 761 – centro )

DIA: 23/09 (quinta) Horas: A partir das 18 horas

Presença de Sidney Gobetti Deputado Estadual 65.200

Evento:

TV Cultura Viva (Cinema) – sala de projeção, 18h – 21h

18h -

18:20h - Célio Turino faz o Lançamento do Livro: Pontos de Cultura o Brasil de baixo pra cima.

- Propostas para a cultura Brasileira

- Teia Cultural

19:20h - Hip Hop

19:40 – Zine Poético CONTRADIÇAO ou ( miscelânea poética)

Realização:

http://1.bp.blogspot.com/_lhreFScmfjI/S46Fvp-6onI/AAAAAAAAAko/kV8zVl09MJk/s400/UJS_Logo%5B1%5D.jpgCUCA (Circuito universitário de cultura e arte) de Marília

MXC (Marília Xadrez Clube)

NAÇÃO HIP HOP – MARÍLIA

Confraria dos Poetas

UJS (União da Juventude Socialista)

ONG Renovi

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

CINEMA MARGINAL












Apresenta...




CURTA AMOSTRA MARGINAL




DE







CURTAS







E







LONGAS-METRAGENS.




Só NACIONAl


Onde? No Marília Xadrez Clube




(av. santo Antonio, 761 – centro, 1 quarteirão ß da igreja)






Quando? Dia 18/09 (sábado)




Q horas? A partir das 16h




Vai até? S/ hora pra acabar




O q vai passa?




Ñ sei, só saberei indo lá.




Tem espaço?




Chega cedo, poucos lugares...







Operário em reflexão

O Operário não sabia

Que tudo que fazia

Era apenas para comer

E o que comia?

Ele não sabia...

Na pausa do trabalho

O lanche era servido

Tinha pão, tinha água.

Só não tinha wisky

Nem vinho.

Bebida alcoólica

É proibido.

Não queria apenas trabalhar

Gostava de se embriagar

De tomar uma duas três doses

Só pra manter o pensar

E não cair em porre.

Sugeriu ao patrão uma máquina de cerveja

Aquela que você coloca uma moeda

Aperta o botão e rola uma breja.

Se ele existisse talvez o público risse

Por saber contar piada

Mas ninguém ri da sua desgraça

Trabalha

48 horas e faz hora extra

Não reflete nem questiona

Só cumpre seu papel

- Sem vergonha –

- Olha ele lá pitando a casa.

Com a “mão na massa”

José carpinteiro

Aposentando

Operário

Sem registro

Sem emprego.

Foi demitido ontem,.

Sem ser avisado,

José o carpinteiro,

Por lutar pelos seus direitos.

Leandro Custódio

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Estamos s/ D.A parte II

Estamos s/ D.A.
E calados
E d
Braços cruzados

###

Estamos s/ D.A
e s/ R.U noturno
Todos com fome
E mudos
R$2 e poucos centavos
Jatamos?
Comemos salgados.

###

Massa
Cantina
Privada
E vc o q faz?
Faz nada.

###

estamos c/ D.A.
e sem D.A.
e sem ensino
e sem comida
sem art viva

###

o q vc quer? Eu tbm quero
o q vc faz? Eu tbm faço
sent fome? Eu tbm sinto
e pq ñ estamos lutando juntos unidos?

###

VENCIDOS!
LER quer QI
Teoria trotskista
Faz-me rir , rir , rir...

###

vendo isso o q eu fiz?
Poesia viva
Lutar
Pensar
E destruir!destruir!destruir!

SJU (sarcástico jovem universitário)
Um novo terrorista poético

Cardápio

- Olha o suco coloriidoo ... olha o suco coloriidooo...
Tem de limão e graviola
Samba e roda de viola
Abacate mamão e caqui
Caquei
Frango ao molho xadrez

Purê de batata
Milho verde muito verde
Que de tão verde
Mesmo com 99,9% de água
Não mata a cede.

Quis conhecer o r.u. por experiência
E hoje que conheço o seu conteúdo
Pudera eu comer, eu que idolatro o “estudo”
Comer a ciência menos está ciência

Porque ao logo da bandeja
Vi carne morta
E molho joju
Gordura no sangue
Gordura do porco.

Arroz feijão e batata
Arroz feijão e salada
Arroz feijão e farofa
Arroz feijão boi morto = a carne seca
Viva ou morta? Não importa...
O que importa e encher a banceta.

Se eu quero me alimentar bem, tenho que matar,
Matar minha consciência
Sei que a carne que como
Vem do pasto e vai pro matadouro
Com quem posso contar?
Se até o mesmo o movimento estudantil
Grita: - SOCORRO.



SJU (sarcástico jovem universitário)
Um novo terrorista poético

domingo, 12 de setembro de 2010

O tudo do nada:


ainda resta uma esperança... R$1.000,00 no bolso e o livro sai! só ñ sei guando ...




PROÊMIO
São os primeiros versos de Leandro Custódio que vem à luz após um ano de saraus, exposições e boemia. Trazem consigo a vida e intempestividade do autor que se intitula pós-nada sobre a égide de seu manifesto. O livro é idealizado em três segmentos, circunscrevendo o caráter ideológico proposto por Custódio que é fruto de sua “andarilhagem” acadêmica e cisão com algumas correntes de pensamento consideradas por ele como dogmáticas. Muito além das conjecturas e “bitolações” que se encontram comumente nos livros de poesia, este livro, expatriado de qualquer formalidade, é visceral. Apresenta os anseios de um jovem poeta que busca, ao longo de seu percurso intelectual, um devir artístico (...)

Maximiliano A. Cirelli Graduando em Pedagogia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP/Marília) e Filosofia pela Faculdade João Paulo II (FAJOPA/Marília).