quarta-feira, 9 de maio de 2012

A Mais-Valia Vai Acabar, Seu Edgar,


LEITURA DRAMÁTICA NA BIBLIOTECA DA UNESP

dia 15 de maio, terça-feira, às 17 horas: leitura de
A Mais-Valia Vai Acabar, Seu Edgar, de Oduvaldo Vianna Filho (Vianinha)
Local: hall da biblioteca do câmpus 1 da UNESP de Marília
Av. Hygino Muzzi Filho, 737 – fones 3402.1334/1335

Com o apoio do departamento de Filosofia e do programa de pós-graduação em Filosofia, a biblioteca da Facudade de Filosofia e Ciências, câmpus de Marília da UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, promove, durante todo o ano de 2012, um ciclo de Leituras Dramáticas.
O ciclo consiste em leituras abertas de peças teatrais brasileiras, realizadas mensalmente no hall da biblioteca, às 17:00.
Tem como finalidade divulgar, junto à comunidade acadêmica e ao público em geral, textos de teatro que, na segunda metade do século XX, buscaram pensar a política e a economia brasileiras em correlação com movimentos de esquerda de âmbito mundial.
As leituras são realizadas por alunos dos cursos de Filosofia, Pedagogia, Fonoaudiologia e funcionários da administração desta unidade, sob supervisão da profª drª Ana Portich, do departamento de Filosofia da UNESP.

Ficha Técnica
Elenco
Aline Oliveira
Deise Giovanini
Herbert Barros
Leandro Custódio
Luís Paulo
Milena Fraga
Renata Piovan
Toninho Oliveira

Direção das leituras

            Ana Portich





A Mais-Valia Vai Acabar, Seu Edgar, de Oduvaldo Vianna Filho (Vianinha)
Desde 1958, quando pela primeira vez na história do teatro brasileiro a peça Eles não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri, elege operários como protagonistas, o dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho fazia parte do elenco do Teatro de Arena, que continuou a tratar do assunto em Revolução na América do Sul, peça de Augusto Boal representada em 1960.
No mesmo ano, Vianinha se desliga daquele grupo e apresenta sua peça A Mais-Valia Vai Acabar, Seu Edgar, em um teatro com capacidade para 2.000 pessoas. Enquanto o Teatro de Arena se voltava para um público mais reduzido, apresentando peças em pequenos teatros, Vianinha se dá conta de que falar sobre o povo trabalhador é falar para o povo. Esta iniciativa dará ensejo, em 1961, à criação do CPC da UNE, ou Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes.
Nas peças anteriormente referidas, a questão do operariado foi abordada do ponto de vista de uma remuneração mais justa. A Mais-Valia Vai Acabar, Seu Edgar lida evidentemente com este conceito marxista: se o prolongamento da jornada de trabalho é revertido aos detentores do capital, não há salário justo e o trabalhador será sempre explorado.
Como esse princípio básico do capitalismo se aplica onde quer que o sistema se imponha, as personagens da peça são despersonalizadas, de modo a receber nomes como Desgraçado, Capitalista, Vendedor etc., de acordo com a posição ocupada na estrutura econômica. As situações em que estas personagens se encontram demonstram a falácia do discurso daqueles que afirmam ter subido “com o suor de seu rosto”, ou por “comprar barato e vender caro”.
Em outras cenas, como aquela em que os Desgraçados tentam adquirir mercadorias com vales referentes à jornada de trabalho, se percebe que o tempo de trabalho exercido é remunerado apenas em parte. O restante vai para o patrão. A conclusão dos Desgraçados é que toda luta dos trabalhadores na verdade consiste em combater o capitalismo, na medida em que o regime se fundamenta na exploração.