Café de/para meia: Mais do/ou mesmo?
Porque não lançar livro? O Fato.
Não sou um artista! Não seria de outra maneira se não essa para começar este texto. No sábado à noite (tempo suficiente) cancelei minha participação (antes de confirmá-la) de mais um café para meia, por dois motivos: primeiro que não havia tempo suficiente para este preparar um lançamento de livro, este que depois de 1 ano, não poderia ser apresentado ao público pela pressa de alguns. Segundo que já foi me solicitado poemas para exposição no “não espaço literário” e me encontrei com uma caixa pendurada no teto cheio de papel contendo contos em letras do tamanho bíblicas de um ou dois autores, este papeis tinham a pretensão de serem num formato FANZINE, porém seja pela pressa ou pelo não conhecimento da técnica, fizeram algo que, no meu ver, mais degrada a arte literário do que algo que podíamos chamar de intervenção.
Bom, quem não está muito a fim de se socializar e não tem “ilustres” amigos ao seu redor o café para meia se torna um espaço lúdico-didático-pedagogico, pouco criativo e sem originalidade alguma, um role alternativo em um espaço underground, o mais do mesmo. Ou seria uma confraternização para “meia dúzia” de pessoas que para decorar suas apresentações teatrais herméticas e exagerada/mente Cult buscam criar um clima que aguce a sensibilidade dos mais leigos e façam sentir o agradável “desconforto” que o espaço propicia, fora o café e as delicias do bar, o que se busca ali é aprender com as oficinas e invenções “dês-criativas” ?
Não sou poeta de espetáculos, e não será no chão ou ao som da cansada voz feminina que toca naquele espaço (que é a mesma todos as terça) que vou recitar meus poemas e contar um pouco do meu trabalho de maneira espontânea e desconfortável, não sou artista de palco nem de chão - as moscas são diferentes, mas o cheiro do coco é o mesmo .
POESIA JÁ - foi sempre essa minha reivindicação, nada ali inspira e o que transpira são os olhos cansados de quem olha para não chorar, porque a salada de frutas que de tanto leite condensado apagou o gosto das frutas, e é essa sensação única e triste que tive no último café.
Das quatro participações levei o livro em todas elas na espera de encontrar uma oportunidade para apresentar ao público o que saiu de mim além da merda, um livro de poemas e um manifesto, que pelo conhecido modo alternativo de produção foi obrigado ficar em banho Maria por mais de um ano.
Acredito ainda na sua apresentação e será em breve, para aqueles que foram ao café na ultima terça esperando poesia, só lamento em dizer que não é lá que vão encontrar com a mãe das artes, e que o “Tudo do Nada:” - não se esqueçam dos dois pontos (:) – estará em breve disponível on-line, recitado, enquadrado e em livro para os interessados.
Para sepultar este texto um micro-poema:
MEIArte
Qual é o sabor da merda?
Eu nunca experimentei
Mas tenho q experimentar
ET q vai ao espaço
Ñ deve contrariar
Chupa-Cabra Lobisomem
É animal em extinção
Quanto + excêntrico
Tornou-se o homem
Menor foi sua sensação
D estar aqui na TERRA
Porque só no espaço suas idéias
São de ½ tigela de merda.
Leandro Custódio