LEITURA DRAMÁTICA NA BIBLIOTECA DA UNESP
dia 15 de maio, terça-feira, às 17 horas: leitura de
A Mais-Valia Vai Acabar, Seu Edgar, de Oduvaldo Vianna
Filho (Vianinha)
Local: hall da biblioteca do câmpus 1 da UNESP de Marília
Av. Hygino Muzzi Filho, 737
– fones 3402.1334/1335
Com o apoio do departamento de Filosofia e do
programa de pós-graduação em Filosofia, a biblioteca da Facudade de Filosofia e
Ciências, câmpus de Marília da UNESP – Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”, promove, durante todo o ano de 2012, um ciclo de Leituras
Dramáticas.
O ciclo consiste em leituras abertas de peças
teatrais brasileiras, realizadas mensalmente no hall da biblioteca, às
17:00.
Tem como finalidade divulgar, junto à comunidade
acadêmica e ao público em geral, textos de teatro que, na segunda metade do
século XX, buscaram pensar a política e a economia brasileiras em correlação
com movimentos de esquerda de âmbito mundial.
As leituras são realizadas por alunos dos cursos de
Filosofia, Pedagogia, Fonoaudiologia e funcionários da administração desta
unidade, sob supervisão da profª drª Ana Portich, do departamento de Filosofia
da UNESP.
Ficha
Técnica
Elenco
Aline
Oliveira
Deise
Giovanini
Herbert
Barros
Leandro
Custódio
Luís
Paulo
Milena
Fraga
Renata
Piovan
Toninho
Oliveira
|
Direção das leituras
Ana Portich
|
A Mais-Valia Vai Acabar, Seu Edgar, de Oduvaldo Vianna Filho (Vianinha)
Desde 1958, quando pela primeira vez na história do teatro
brasileiro a peça Eles não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri,
elege operários como protagonistas, o dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho fazia
parte do elenco do Teatro de Arena, que continuou a tratar do assunto em Revolução
na América do Sul, peça de Augusto Boal representada em 1960.
No mesmo ano, Vianinha se desliga daquele grupo e apresenta
sua peça A Mais-Valia Vai Acabar, Seu Edgar, em um teatro com capacidade
para 2.000 pessoas. Enquanto o Teatro de Arena se voltava para um público mais
reduzido, apresentando peças em pequenos teatros, Vianinha se dá conta de que
falar sobre o povo trabalhador é falar para o povo. Esta iniciativa dará
ensejo, em 1961, à criação do CPC da UNE, ou Centro Popular de Cultura da União
Nacional dos Estudantes.
Nas peças anteriormente referidas, a questão do operariado
foi abordada do ponto de vista de uma remuneração mais justa. A Mais-Valia
Vai Acabar, Seu Edgar lida evidentemente com este conceito marxista: se o
prolongamento da jornada de trabalho é revertido aos detentores do capital, não
há salário justo e o trabalhador será sempre explorado.
Como esse princípio básico do capitalismo se aplica onde
quer que o sistema se imponha, as personagens da peça são despersonalizadas, de
modo a receber nomes como Desgraçado, Capitalista, Vendedor etc., de acordo com
a posição ocupada na estrutura econômica. As situações em que estas personagens
se encontram demonstram a falácia do discurso daqueles que afirmam ter subido
“com o suor de seu rosto”, ou por “comprar barato e vender caro”.
Em outras cenas, como aquela em que os Desgraçados tentam
adquirir mercadorias com vales referentes à jornada de trabalho, se percebe que
o tempo de trabalho exercido é remunerado apenas em parte. O restante vai para
o patrão. A conclusão dos Desgraçados é que toda luta dos trabalhadores na
verdade consiste em combater o capitalismo, na medida em que o regime se
fundamenta na exploração.