terça-feira, 10 de agosto de 2010

Até que a morte nos separe

Até que a morte nos separe

A morte, meu filho,
Para os outros,
Não tem graça.
Como seria lindo,
Se todos morressem sorrindo.
Porque quando nascemos,
Nascemos chorando.

Quando partirmos do paraíso.
- O útero de nossa mãe -
A sensação é de terrível dor,
A primeira visão do mundo,
É toda ensangüentada.
Vemos isso e resistimos calados,
Antes de receber o primeiro tapa.

E antes de completar um ano,
Não há mais motivos para chorar,
A vida há de ser longa
E não tardaras de piorar.

Na infância, quando
Brincamos de ser criança.
Os Males da vida
Só passam para dar:
- Bom dia!
E dizer que nos aguarda:
- Até mais.

Na adolescência,
Motivos não faltam
Para nos odiar,
Mal sabemos o que seremos,
O que queremos e o que faremos...
Mas já temos que nos acostumar.

Pois quando vem a juventude,
Aurora de nossa mocidade.
Um dia passa em algumas horas,
E com as horas vem à amargura.
Amargurar: é sofrer sem frescura.

Quando adulto,
Seu trabalho te sufoca.
O mundo te engole
A privada te alivia
A família...
- Maldita Família –
É sua única saída!

Chegou à velhice.
Buscar a felicidade é tolice.
A felicidade só acontece na eternidade,
E pra piorar a situação,

Temos que ainda rezar
Para não voltar.
Por que se o Senhor lá em cima
Deliberar pelo seu retorno.
Tu viverás sempre na terra:
Vivo ou morto.


Leandro Custódio

Um comentário:

  1. Legal Leandrão. As duas primeiras estrofes eu achei mais bem elaboradas. Me parece que no final você foi perdendo um pouco o fôlego pra acertar as arestas dos versos. Mas a idéia tá bacana; sugiro que você pense nesse verso "E não tardaras de piorar", tá com 'pobrema'. Abração mano e, poste mais coisas aí...

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