sexta-feira, 11 de março de 2011

Manifesto do Pós-Nada: Neo-Barroco

 Última Cena: Não ao Carpe Diem


Antes de tudo há o nada e digo que não estou sozinho.
Já houve há séculos homens que ultrapassaram e quebraram o
muro de sua escola, foram póstumos.
Haverá quem diga que isso não é literatura.
Quem foram? Estende seu olhar à natureza, natureza da poesia
brasileira. Veja no processo da dialética: vácuos, buracos, frestas e miolos.
Ousados apedrejaram a escola do seu tempo, rasgaram o livro da
fórmula, da forma e da fôrma.
Não reprimiam o seu paladar pelo clássico, mas sabiam degustar e
cuspir no que não era comestível (imastigável).
Foram além do seu tempo contemporâneos viveram a escrever para
um tempo ainda desconhecido e obscuro.
Somos Pós-nada, mas para melhor explicar, enumero alguns pontos:


1. Não somos clássicos, perduramos ao longo do tempo.
2. Andamos sozinhos, em total desequilíbrio.
3. Não humildes, mas exagerados e soberbos.
4. Não românticos, nem simbolistas. Neo-Barroco ou Pós-Nada.
5. Não a paz, e nem a guerra.
6. Nem sim, nem não, nem reta e nem meta.
7. Preferíamos a praia em dias de chuva.
8. Paradoxos e contraditórios.
9. Não fazemos antologias de nós mesmos.
10. Antologia? Só com aqueles que falam a mesma língua. Do que
vale experimentar outros sabores sem gosto e sem crítica?
11. Em meio ao Tudo, queremos o Nada. Há coisas originais como
os pedreiros de São Paulo, esses Concretos vencidos, fora do
tempo que já se foi.
12. Hoje se faz comédia poética, faz o amor à perpétua inspiração,
ousando chamar de hamor, atrelando poesia a uma simples
criatividade de se colocar um h antes da vogal.
13. Críticos? Mais críticos em si, para criticar é preciso entender e
compreender.
14. Crítica a crítica critica, não há nada que se possa fazer para
esclarecer a quem sempre se esclareceu.
15. Deus é Ateu, como todo Ateu é filho de Deus.
16. Não navegamos contra a maré, nem a favor dela, andamos
sobre ela.
17. Pluralidade no ritmo, na rima sólida, na métrica medida.
18. Fé para viver, razão para questionar, instinto de negar. Estamos
em um tempo, neste momento, que o tempo está fora do tempo
e não vale para o tempo escrever para este tempo.
Não ao Carpe Diem!

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