quarta-feira, 22 de abril de 2009

POESIA - Versos Póstumos e Cotidianos.


Leandro Custódio


Há conheci um dia,
Por volta do meio-dia,
Com os dentes sujos.

Havia uma barreira de madeira,
Melhor dizendo um balcão.
Um vidro sem reflexo.

Isso bastava, para ser tão fria e seca
A relação que aos poucos se construía.
- E não havia como cumprimentá-la –

O espaço só passava o cartão,
Uma parte do braço e a mão.
- Não nos tocávamos, nunca! –

Eu só via o perfil, seu rosto,
A alguns detalhes da coxa.
- Que lindo este sorriso –

No começo não notá-la, e
Nem entrava em sua fila, e
Não fazia questão nenhuma.

Sentava longe só no começo.
Aos poucos fui mais perto,
E mais perto, pra você me notar.

Não te olhava, não a encabulava,
Só sentia a sensação de imaginar
Você, a me olhar e me admirar.

Tomava sempre café, - Esperava -
Dava um tempo, - Duas opções -
Eu ia a você, escolhia apenas você.

- Olá, tudo bem?Como está? (...)
Recíproco é o nosso diálogo.
- Nem sempre, retifico e friso! –

Quieto, às vezes ficava.
Quieta, poucas vezes ficava.
-... Três e cinqüenta e nove! (...)

Era apenas um instante,
Não durava um minuto.
-... Crédito ou Débito? (...)

Imprimia, olhava , assinava,
Sorria, olhava e agradecia!
- Como é entediante minha vida –

Ficava apenas o sentimento
Vago da nossa sensação.
Ah! É lógico, e a excitação.

Horas: tristes mal morados e doentes.
Outras, felizes, alegres e contentes.
Assim que aos poucos nos conhecia.

E até hoje é assim.
Temperando no Tempero
- Qual será o seu desejo? -

-... Obrigado moço.
- Boa Tarde moço.
- Volte sempre!

... ... ... ... ?
... ... ... ... ?
- Voltei sempre? -

Nenhum comentário:

Postar um comentário